'O Diário de Anne Frank' ganha nova edição de luxo e fotos inéditas; veja detalhes
Lançamento da Via Leitura, selo do Grupo Editorial Edipro, lembra os 80 anos da morte da menina e busca aproximar a história do público jovem
Nos 80 anos da morte de Anne Frank, o diário que a tornou uma das mais reconhecidas vítimas do Holocausto ganhará uma nova edição de luxo. Em capa dura, novo projeto gráfico e com conteúdos inéditos, a nova versão especial chega às livrarias em setembro pela Via Leitura, selo do Grupo Editorial Edipro.
O Diário de Anne Frank, publicado originalmente na Holanda em 1947, tornou-se um dos mais importantes documentos históricos sobre o Holocausto. Nele, a menina de então 13 anos narra os dias no esconderijo onde sua família se abrigou durante a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial.
A nova versão da Via Leitura traz o texto integral da versão B do diário, uma reescrita feita pela própria autora enquanto ainda era viva, e uma galeria de fotos que contextualiza a linha do tempo da vida de Anne e de sua família. Segundo a editora, o objetivo é tornar a experiência de leitura ainda mais imersiva e sensível.
A edição especial também busca aproximar a história de Anne do público jovem, para que a memória sobre os horrores da guerra siga na consciência das próximas gerações. O projeto gráfico do livro conta com desenhos, rabiscos e anotações que, de acordo com a editora, dialogam com o universo juvenil e buscam representar a estética de um diário.
História de Anne Frank
Anne Frank nasceu em 12 de junho de 1929 na cidade alemã de Frankfurt. Com o crescimento do antissemitismo e a ascensão de Hitler, ela, o pai Otto, mãe Edith e a irmã Margot, mudaram-se para a Holanda. Foi lá que, já durante a guerra, esconderam-se em um espaço que ficou conhecido como Anexo. O prédio hoje é a Casa de Anne Frank, um dos museus mais concorridos de Amsterdã.
A menina escreveu pela primeira vez em seu diário em 12 de junho de 1942. O caderno foi um presente do pai, Otto, pelo seu aniversário de 13 anos. No diário, ela registrou não só as angústias da adolescência sob a ocupação nazista, mas os dias no esconderijo por cerca de dois anos.
Em 1944, quando ela já tinha 15 anos, as oito pessoas que moravam no local foram descobertas e levadas a campos de concentração. Os pais de Anne foram enviados a Auschwitz, mas ela e a irmã mais velha foram deportadas para o campo de Bergen-Belsen. Ambas morreram em 1945.
O único sobrevivente foi Otto, o pai de Anne, que recebeu as páginas do diário de secretárias que trabalhavam no prédio onde ficava o Anexo. Ele organizou os escritos da filha a partir do que acreditava que deveria ser público - sabe-se que ele omitiu críticas da filha à mãe, por exemplo.
Discussão sobre domínio público
No Brasil, a Record publica o livro desde 1978 em uma edição chamada de "definitiva", organizada por Otto Frank e com texto fixado por Mirjam Pressler. Desde 2015, a questão sobre a entrada no livro em domínio público é discutida, já que a maioria dos países diz que isso acontece após os 70 anos da morte do autor.
O problema é que a Fundação Anne Frank, fundada por Otto na Suíça, e herdeira dos direitos autorais (parte é doada para a Unicef), credita o pai de Anne, que morreu em 1980, como o autor do livro. Desta maneira, as edições publicadas após 2015, considerando o texto em domínio público, usam os escritos originais de Anne, e não aqueles editados pelo pai dela. É o caso da edição da Via Leitura. A entrada em domínio público do diário editado só ocorrerá em 2051.
O Diário de Anne Frank
- Autora: Anne Frank
- Tradução: Camila Werner
- Editora: Via Leitura - Grupo Editorial Edipro (176 págs.; 59,90)