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Rock in Rio 2013: Roberta Medina diz que público definirá headliners

17 out 2012 - 07h38
(atualizado às 08h07)
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

Roberta Medina, já aos 22 anos, viveu o que chama de "insanidade do pai", Roberto Medina - idealizador do Rock in Rio -, que a colocou como gerente de produção na terceira edição do festival, em 2001. Da vivência de garota nos camarins das primeiras edições, em 1985 e 1991, assumiu o posto, cuidou na sequência das edições europeias, e agora, aos 34 anos, volta ao Rio de Janeiro para comandar a quinta realização do festival em solo brasileiro. Uma nova Cidade do Rock pela frente, que ela conta nesta entrevista exclusiva ao Terra os primeiros detalhes da organização, como, por exemplo, que o público definirá quem serão os headliners do evento.

Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (16), aos pés do Cristo Redentor, a organização do Rock in Rio 2013 confirmou três atrações para o line-up da quinta edição brasileira do festival, que acontece nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro do ano que vem: Bruce Springsteen, Iron Maiden e Metallica.

Terra - O que vai ter de diferente no Rock in Rio 2013?

Roberta Medina - Algumas coisas importantes. Reduzindo a capacidade do espaço de 100 mil pessoas para 85 mil por dia, é aquilo que o Roberto (Medina) fala sobre ter uma Cidade do Rock ainda mais confortável. Para as pessoas ficarem mais à vontade, estamos falando de 13 horas de festa, então, que as pessoas possam estar com um espaço cômodo para sentar e brincar. Temos também a Rock Street, que vai passar por uma grande renovação. Para você ter uma ideia, em 2011 ela era inspirada em New Orleans, foi a primeira vez que um espaço como esse teve a mesma avaliação do palco Mundo. Então, a gente decidiu voltar agora, mas inspirada na Grã Bretanha e Irlanda, com música, dança, arte de rua, mas trazendo a cultura desses países para dentro do Rock in Rio.

Terra - Seu pai adiantou que vocês vão montar um palco novo também.

Roberta Medina - Sim. Pela primeira vez na história do Rock in Rio aqui no Rio de Janeiro, que é algo que já fizemos esse ano em Madri e Lisboa, é o palco de Street Dance. É a primeira vez que o Rock in Rio tem um palco somente dedicado à dança. A gente lançou um concurso internacional de bailarinos profissionais e amadores, em seus mais diversos estilos. Já rolou a etapa portuguesa, espanhola, e agora uma etapa brasileira, para depois, pela internet, termos uma etapa internacional. Isso vai animar o público, é impossível ficar parado com as batalhas (de dança, com o público escolhendo o vencedor de cada uma), é muito vibrante.

Terra - O palco Sunset segue com a mesma tendência das jam sessions?

Roberta Medina - Continuaremos a ter os encontros inusitados. Vai ganhar um upgrade interessante que a gente já divulgou, com o George Benson tocando com o Ivan Lins, relembrando a primeira edição do Rock in Rio, depois de 28 anos que os dois tocaram juntos. E toda estrutura do Sunset, do palco, vai crescer. A qualidade dos encontros ali foi bastante alta (na edição passada), mas a ponto do Sepultura com os Tambores de Bronx ficar pequeno para tanta gente.

Terra - Vocês deram uma atenção especial aos metaleiros desta vez, não? Já confirmaram Sepultura, Metallica, Iron Maiden...

Roberta Medina - Sim, até porque agora teremos duas noites para os metaleiros. Metallica e Iron Maiden são dois headliners. Vão ser dois dias inteiros de metal. Sepultura e Tambor de Bronx vão abrir o palco Mundo de um dos dias, ainda não está definido. A gente brinca que eles são os mais ativos nas redes sociais. São muito enlouquecidos. Eles brigam, e quando você divulga algum nome pop eles querem morrer. É muito engraçado. É um público muito fiel, que segue sua banda aonde eles vão, e que por mais que pareçam assustadores por andarem todos de preto, com aquelas coleiras, eles são muito pacíficos. É o publico em que temos menos trabalho em termos de operação. Em 2011, na abertura das portas, eles xingaram e gritaram, mas quando entram tiraram fotos como se fosse a Disney. É muito gostoso isso.

Terra - Você que viu os shows do Bruce Springsteen na Europa, o que dá para falar da apresentação dele na edição brasileira?

Roberta Medina - Sabe que ele é um perigo? Tem que cuidar para ele não ficar muito tempo no palco. O show de Lisboa foi de duas horas e meia. Vou te confessar que eu não era muito fã, não assisti o show inteiro, mas aconteceu uma cena genial no final do show. Eu já estava grávida, e tinha ido para o meu escritório. Aí de repente, ele está tocando ainda e começo a ouvir os fogos de artifício (que marcam o encerramento da noite de cada Rock in Rio). Aí eu falei: 'Jesus, alguém soltou na hora errada!'. Eu saí correndo para o meio do gramado, em pânico, ligando para a equipe técnica para entender o que estava acontecendo. Para minha alegria, foi a banda quem tinha pedido para antecipar os fogos. E nesse momento eu vi umas das coisas mais lindas da história do Rock in Rio. Ele estava regendo a plateia com coreografia, e cantando Twist and Shout, dos Beatles. O cara que toca mais de duas horas, com o repertório que ele tem, terminar o show com Twist and Shout, com o público alucinado, com bracinho coreografado, eu fiquei de queixo caído. Absolutamente único.

Terra - O que dá para soltar sobre os próximos headliners? Vocês só anunciaram três bandas.

Roberta Medina - Só três bandas? Pode apertar o quanto você quiser que dessa laranja não sai mais suco. Risos.

Terra - De qualquer forma, vai seguir as pesquisas que vocês sempre fazem, ou não?

Roberta Medina - Isso, a gente não faz de outra forma. Um evento dessa dimensão, para 595 mil pessoas, não importa o que a Roberta ou Roberto (Medina) gostam, e sim o que as pessoas querem ver. A gente parte do princípio que a gente tem que fazer um Rock in Rio sempre único. O comprometimento com o público é muito alto. Muita gente compra o seu ingresso sabendo que se comparar com outros festivais, é como se fosse "de graça". Você tem mais de 30 shows por dia. Não tem nada mais barato do que o Rock in Rio. A (entrada) inteira do Rock in Rio é R$ 260. A gente tem esse compromisso, pois a gente sabe o esforço que muita gente faz para ter esse momento único, e o line-up acompanha esta mesma relação.

Roberta Medina falou sobre as novidades do Rock in Rio 2013
Roberta Medina falou sobre as novidades do Rock in Rio 2013
Foto: Daniel Ramalho / Terra
Fonte: Terra
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