Obras musicais ganham uma nova "carteira de identidade" pela CISAC
A Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores (CISAC) acredita que provocará uma grande melhora na identificação de cada obra musical, com o novo código ISWC (Código internacional padrão de obra, na sigla em inglês), uma espécie de carteira de identidade de uma obra musical.
Esse número, que vinha sendo emitido por diferentes sociedades de autores musicais em cada país - o que, apesar dos esforços pela padronização, estava sujeito a erros ou duplicações -, agora é feito de forma centralizada pela CISAC.
Foram necessários dois anos de desenvolvimento do novo código e da implantação de uma nova tecnologia pela entidade que reúne as associações de gestão coletiva de direitos autorais foi o que permitiu a novidade.
Esta é a primeira grande mudança no sistema ISWC em 15 anos, um período no qual, segundo o CISAC, mais de 50 milhões de ISWC's foram emitidos. De acordo com a entidade internacional, "a identificação das obras será mais acurada e rápida, o que permitirá às sociedades de autores que cobram e repassam os direitos autorais aos titulares controlar seu uso com um nível de eficiência inédito".
Desde julho, mais de cem dessas entidades, das 232 que integram a CISAC - a União Brasileira de Compositores (UBC) entre elas -, já migraram para o novo sistema, desenvolvido pela empresa irlandesa Spanish Point Technologies. Em breve, o novo sistema será oferecido à comunidade dos editores musicais e às plataformas digitais.
"Compositores e autores dependem mais do que nunca das receitas digitais", disse Bjorn Ulvaeus, lendário membro do grupo ABBA e atual presidente do CISAC. "Precisam que a tecnologia trabalhe para ajudá-los a receber sua remuneração. O ISWC é um dos identificadores mais importantes da indústria musical, por isso é um prazer anunciar essa atualização. Ela permitirá monitorar os usos das obras de uma maneira melhor e mais eficaz, ajudando a colocar mais dinheiro, e mais rapidamente, no bolso dos criadores de música".
Só em 2019, as receitas das sociedades que compõem a CISAC com o streaming musical cresceu 27%, para € 2,1 bilhões (cerca de R$ 13,5 bilhões). Nos últimos cinco anos, o faturamento nesse segmento quase triplicou, e, segundo a entidade, "não há razão para crer que haverá uma desaceleração".