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A nova versão de Anitta: internacional, relax e politizada

A carioca lança seu quinto álbum de estúdio, Versions of Me, e reflete sobre o sucesso global: 'Meu desejo sempre foi levar a cultura brasileira para apreciação mundial'

12 abr 2022 - 05h10
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Quando você digita 'Anitta é a primeira brasileira...' no Google, uma extensa lista de recordes se abre diante do seu navegador - e essa lista deve crescer ainda mais nesta semana. Com 29 anos recém-completados e prestes a cantar no maior festival de música pop do mundo, o Coachella, a carioca lança na noite desta terça, 12, o disco trilíngue Versions of Me.

O álbum tem produção executiva de Ryan Tedder (OneRepublic) e foi batizado de Girl From Rio por quase um ano, mas ganhou novo nome há poucas semanas.

O sexto álbum de estúdio da cantora Anitta, 'Versions Of Me', será lançado em 12 de abril. A artista divulgou a tracklist do álbum nesta quinta-feira, 7.
O sexto álbum de estúdio da cantora Anitta, 'Versions Of Me', será lançado em 12 de abril. A artista divulgou a tracklist do álbum nesta quinta-feira, 7.
Foto: Instagram/@anitta / Estadão

"Passei os últimos três anos trabalhando neste disco, que teve várias versões, várias caras diferentes (risos). O nome Versions of Me era o que melhor conversava com a versão final do álbum e também o que melhor representava a mensagem que quero passar. Como mudei, meu álbum também mudou. Então achei esse nome mais adequado ao contexto", afirmou a cantora. E mudança sempre foi uma palavra corriqueira na carreira de Larissa de Macedo Machado, tanto na sua música, quanto no seu visual.

Continuando com o seu planejamento de viralização no mercado internacional, Anitta escolheu uma capa polêmica para ilustrar o novo material e, é claro, se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais mundo afora. A arte mostra todas as versões da artista após diversas cirurgias plásticas, algo que ela nunca escondeu do público.

'Vocês tiveram uma Anitta por tempos falando que é normal fazer plástica. Passei 10 anos martelando isso na cabeça dos outros e sendo 'macetada'. Fora do país, as pessoas não são abertas sobre isso', revelou. O projeto musical é diversificado como o seu último Kisses (2019), mas as produções agora são mais focadas no mercado americano.

Ao todo são 15 faixas, mesclando o pop mais bem-produzido dos EUA com uma pitada de funk brasileiro, como a envolvente I'd Rather Have Sex e a interessante Gimme Your Number (que possui sample de La Bamba), com reggaetons estrategicamente feitos para cair no repetição das playlists, como Gata (um dos pontos altos) e o hit consolidado Envolver.

'Eu amo o Kisses e o considero como um dos passos mais importantes da caminhada da minha internacionalização. A diferença é que agora, com Versions of Me, me sinto mais preparada para dialogar com pessoas de diferentes países e culturas. Me sinto mais madura musicalmente falando e trago mais referências do que gosto dentro dos gêneros musicais'.

O lançamento conta com parcerias como Khalid, Afro B, Cardi B, Saweetie e Papatinho, além de uma participação póstuma do funkeiro Mr. Catra na única faixa cantada em português, Que Rabão. A cantora anunciou que todos os lucros do funk serão doados para a família de Catra.

Perguntada sobre quais seriam as três versões que melhor definiam o seu momento atual, Anitta respondeu: "Que Rabão é uma celebração das minhas raízes, da menina de Honório Gurgel que sonha grande desde criança. A faixa título brinca com as facetas da mulher complexa e madura que me tornei, hoje com 29 anos e mais de uma década de carreira. E Ur Baby mostra um novo lado, menos conhecido pelo público, que é a Anitta romântica".

Conquistando o auge no que se propõe artisticamente, a fã de carteirinha de Mariah Carey vem demonstrando uma nova versão mais tranquila nos últimos anos - ela até já brincou em suas redes sociais que, depois do primeiro lugar de Envolver, poderia se aposentar feliz.

"Eu já venho em uma levada menos intensa, menos viciada em trabalho, nos últimos anos. Mas ainda trato todos os lançamentos como filhos, como projetos de vida. Se for pra fazer, tem que ser bem feito", disse.

Mesmo no topo, a cantora ainda responde pelo mesmo tipo de crítica que recebe desde o início de sua meteórica carreira, quando emplacou Show das Poderosas em 2013. Ela garante que isso não a desestimula.

Envolver atingiu o topo do Spotify mundial impulsionada por El Paso de Anitta, a reflexão com rebolado que virou febre em toda a América Latina, e por isso, a cantora foi acusada de reforçar a imagem de 'mulher fácil' que as brasileiras têm no exterior.

"A sociedade estruturalmente machista em que vivemos sempre vai se sentir ameaçada por uma mulher bem-sucedida, mais ainda considerando que sou latina, brasileira e de origem humilde", argumenta. "Acredito que os ataques sejam reflexo desse descompasso social. Mas não desanimo: meu desejo sempre foi levar a cultura brasileira, que tanto amo e respeito, para apreciação mundial."

Após ser pressionada para se posicionar publicamente nas redes sociais durante as eleições presidenciais de 2018, Anitta vem mostrando com frequência a sua versão mais politizada. Ela se tornou amiga da advogada criminalista e comentarista da CNN, Gabriela Prioli, com quem já realizou transmissões ao vivo em seu Instagram para ensinar política aos seus mais de 61 milhões de seguidores.

É comum ver publicações da artista contra as decisões do governo federal. Ela não descarta novas parcerias de âmbito político com Prioli para as eleições deste ano.

"Os últimos quatro anos, que politicamente foram de puro retrocesso em todas as esferas, são também resultado do mar de fake news e desinformação que vivemos em 2018. A minha parceria com a Gabi Prioli veio dessa percepção, de que eu poderia manter a minha audiência bem informada e, assim, ajudar na busca por um futuro melhor para todos nós", comentou.

"Quem sabe não repetiremos algo assim?! De toda forma, uso sempre minhas redes para denunciar absurdos que ocorrem em nosso País. Acho que a informação é chave para chegarmos em outubro de 2022 mais fortalecidos."

Após mais de 10 anos de estrada, Anitta não é só mais a garota do Rio e, se depender da sua vontade, do seu atual repertório e principalmente do desejo da sua enorme base de fãs, ela vai continuar fazendo de tudo para se tornar a garota do mundo todo.

'Sou muito grata aos meus fãs e sei que o meu sucesso é, também, reflexo do amor e da dedicação deles. É por isso que, quando me cabe, me posiciono a favor deles, em nome dessa relação maravilhosa que temos', finalizou.

Estadão
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