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Jorja Smith vem ao Lollapalooza Brasil e traz seu 'Lost and Found'

Cantora britânica de apenas 21 anos foi sensação do R&B em 2018 e tem sua primeira viagem marcada para o País

31 jan 2019 - 03h10
(atualizado em 2/4/2019 às 14h52)
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Para Jorja Smith, de apenas 21 anos, "tudo" começou em janeiro de 2016, quando ela enviou Blue Lights, seu single de estreia, para o Soundcloud. Escrita ao mesmo tempo em que ela trabalhava numa dissertação sobre Grime Music (o rap britânico) a música foi inspirada nas situações hostis que jovens negros estavam enfrentando todos os dias, não apenas em sua cidade local de Walsall, Reino Unido, mas em todo o mundo.

A música ganhou tração na plataforma e chegou aos ouvidos de Skrillex e Stormzy, entre outros, antes de ser incluído no programa de rádio OVO, de Drake e virar hino extraoficial do movimento Black Lives Matter - Drake ainda a convidaria, via mensagem no Instagram, a participar de uma música sua, Get It Together (Jorja disse não a princípio, mas depois aceitou o convite, e eles cantariam juntos no palco em algumas ocasiões).

Jorja Smith será uma das atrações do Lollapalooza 2019
Jorja Smith será uma das atrações do Lollapalooza 2019
Foto: Reprodução Instagram

Foi em 2018, porém, que a jovem artista britânica se consolidou como um dos grandes nomes da cena R&B contemporânea. No início do ano, foi uma das estrelas da trilha sonora de Pantera Negra, em parceria com Kendrick Lamar. Depois, levou o prêmio da crítica no Brit Awards e lançou um elogiado disco de estreia, Lost and Found.

Ela é agora uma das atrações do Lollapalooza Brasil 2019, no line-up do dia 6 de abril, o sábado, ao lado de Lenny Kravitz, Post Malone, Kings of Leon, Bring Me The Horizon e outros nomes.

Em uma breve entrevista para o Estado, a cantora diz que gosta de assimilar os fatos lentamente e crescer com eles. "Estou tão feliz com a recepção e reconhecimento do meu álbum de estreia, nunca esperei que ele fosse tão bem e falasse com tantas pessoas", diz.

Ao mesmo tempo, o hype não é preocupação na hora de escrever canções. "Eu não presto muito atenção na mídia nesse sentido, só escrevo as minhas canções que amo e as divulgo. Sinto que se focar muito na repercussão, aí sim sentiria alguma pressão."

Jorja já disse não gostar de ser encaixada nos rótulos de artista soul ou R&B, mas é difícil resistir à tentação de notar similaridades num certo tipo de música que mistura os elementos dos gêneros mais antigos ao mesmo tempo em que se mantém próxima do terreno melódico do hip hop contemporâneo. Vêm à mente nomes como Daniel Caesar, Ella Mai, Kelela, Kali Uchis e Kehlani.

"Rótulos podem ser um pouco restritivos, especialmente quando sua música entra em mais de um gênero", diz Jorja. "Não ligo de ser nomeada uma artista de soul enquanto essa música vier do coração e da alma (soul em inglês). Sinto que estamos todos fazendo música que amamos e com a qual nos importamos muito, é real e honesto, e é isso que é similar."

Além dos ritmos já citados, Smith também tem um pé nas baladas românticas do tipo que sairia de um cruzamento entre a música de Amy Winehouse e a de Lauryn Hill.

Outra característica que marca sua curta mas potente trajetória é o fato de não ter assinado com nenhuma grande gravadora. "Não sei fazer de outro jeito", disse em outra ocasião, reafirmando sua vontade de permanecer assim. "Gosto de ter tanto controle quanto possível. É a minha vida, então preciso estar fazendo o que quero e amo sem alguém ditando para mim."

Jorja Smith nasceu em junho de 1997 em Walsall, uma cidade da Inglaterra a 200 km de Londres, para onde se mudou. Mesmo antes, a música já era uma presença constante em sua vida: aos 11 fez sua primeira canção, e vídeos que ela própria subiu no Youtube mostram uma adolescente de 15 anos ainda tímida em frente à câmera, mas com uma voz expressiva e inconfundivelmente britânica.

Filha de um músico jamaicano, ela cresceu ouvindo de tudo, de Curtis Mayfield a Black Sabbath, mas conta que pelo gosto pessoal gravitou ao redor de Amy Winehouse, especialmente o álbum Frank, de 2003.

Entre seus 16 e 20 anos, escreveu as letras que apareceriam nos singles e em Lost and Found.

Se o disco não é uma obra-prima, mostra as ferramentas de uma artista em plena expansão criativa. Canções como a já citada Blue Lights e também Lifeboats (Freestyle) atacam de frente questões políticas ("Não há necessidade de correr se você não fez nada de errado", diz sobre os protestos e a violência policial na primeira; "então por que estão os mais ricos em balsas e os meus irmãos se afogando?", questiona na segunda).

As fundações do disco, porém, estão equilibradas entre o desejo e as frustrações do amor, em faixas como Lost and Found e February 3rd. A amenidade dos sábados à tarde de abril em São Paulo, talvez, seja o clima ideal para as canções.

Estadão
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