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Aldir Blanc em cinco canções inesquecíveis

Entre as destacadas, 'O Bêbado e a Equilibrista', de 1979, assumida pelo País como uma espécie de hino contra a ditadura militar

4 mai 2020 - 11h41
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O escritor e compositor Aldir Blanc, que morreu aos 73 anos, por complicações de covid-19, deixa uma das obras poéticas mais robustas à música brasileira, sobretudo com suas composições a partir da parceria com João Bosco, nos anos 1960, para servirem Elis Regina de material fresco. Entre as destacadas, O Bêbado e a Equilibrista, de 1979, assumida pelo País como uma espécie de hino contra a ditadura militar para celebrar a volta dos exilados políticos ao Brasil com a garantia de que não seriam presos pelos militares.

Lembramos aqui cinco de suas canções.

O Bêbado e a Equilibrista

A canção que fica como a mais conhecida de Aldir é esta parceria sua com João Bosco, gravada primeiro por Elis Regina em 1979. Acabou adotada como um hino sobre da anistia dos exilados políticos no mesmo ano em que foi lançada.

Me dá a Penúltima

O samba magistral pode não estar entre as mais lembradas, mas traz Aldir em plena forma criativa. Ele fez o samba a pedido de Hermínio Bello de Carvalho que, certa vez, que se juntasse a João Bosco para criarem uma composição para Elizeth Cardoso gravar. "Todo boêmio é feliz / Porque quanto mais triste, mais se ilude", é o arremate dos versos. A canção saiu no álbum Elizeth - a Cantadeira do Amor, de 1978.

Incompatibilidade de Gênios

Caetano Veloso diz que essa música é "um acontecimento no samba". Seu lançamento é de 1976, pelo parceiro João Bosco no álbum Galos de Briga. "João tocando violão nessa música é um dos grandes acontecimentos da história do violão", diz Caetano.

Dois Pra Lá, Dois Pra Cá

O álbum de Elis Regina, de 1974, produzido por Marco Mazzola, trouxe logo três canções do primeiro grande lote da dupla Aldir/João Bosco. O bolero Dois pra lá, Dois pra cá era um deles. As duas outras também se tornariam clássicos de Aldir e João: O Mestre-Sala dos Mares e Caça à Raposa. "Foi uma das mais difíceis que já fiz. Um dia, voltando de uma esbórnia, em um taxi, a letra começou a vir na minha cabeça, Não tinha papel, nada, mas quando cheguei em casa, ela saiu inteirinha", contava Aldir.

O Mestre Sala dos Mares

Aldir foi parar na sala dos militares depois de fazer a música, que queriam saber o que é que se tratava um negócio de "almirante negro". Depois de tentar explicar que se tratava de João Cândido Felisberto, também conhecido como Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata, desistiu de argumentar e trocou o termo por "navegante".

Estadão
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