"E o caso da Ludmilla?": público pressiona SBT por demissão de Marcão do Povo
Após condenação por racismo, internautas cobram atitude da emissora
A pergunta se tornou um verdadeiro coro nas redes sociais nos últimos dias. Sempre que o SBT publica um novo conteúdo no Instagram, centenas de comentários surgem exigindo um posicionamento concreto da emissora diante da permanência de Marcão do Povo em seu quadro de funcionários, mesmo após ele ter sido condenado por racismo contra a cantora Ludmilla.
O caso voltou ao centro do debate após a artista se pronunciar novamente sobre os desdobramentos judiciais envolvendo o apresentador, que em 2017 a chamou de "pobre macaca" durante uma transmissão ao vivo na televisão. A declaração, amplamente repudiada na época, gerou uma condenação por racismo anos depois, embora sem punições práticas ao comunicador, que segue no comando do programa Primeiro Impacto, no SBT.
Nos últimos dias, Ludmilla publicou uma sequência de vídeos em suas redes sociais explicando o que, de fato, aconteceu no processo judicial e desmentindo declarações recentes feitas por Marcão do Povo, que afirmou ter sido inocentado. Segundo a cantora, a Justiça reconheceu o crime, mas o apresentador utilizou uma manobra processual para não cumprir nenhuma pena.
A reação do público foi imediata. Internautas passaram a pressionar diretamente a emissora, marcando nomes da família Abravanel e questionando a coerência entre o discurso institucional e as atitudes práticas do canal. "Manter um funcionário condenado por racismo é compactuar com esse comportamento", escreveu um usuário. "Justiça por Ludmilla", reforçou outro.
Ludmilla: Após condenação por racismo, internautas cobram atitude da emissora
Diante da repercussão, o SBT divulgou uma nota oficial afirmando que "não compactua com nenhum tipo de preconceito". A resposta, no entanto, não convenceu Ludmilla nem grande parte do público. Para a cantora, a declaração não passa de um posicionamento vazio enquanto nenhuma providência concreta é tomada.
"Não compactua, mas não faz nada?", questionou a artista em um de seus vídeos. Ludmilla ressaltou que posicionamento real exige ação, mudança e responsabilidade, especialmente quando se trata de racismo, um crime previsto em lei.
A situação ganhou um novo capítulo quando a cantora revelou que recebeu um convite do SBT para ser homenageada pela emissora. Ludmilla recusou a proposta. Em seu desabafo, ela explicou que não aceitaria qualquer tipo de celebração enquanto o mesmo canal segue dando espaço a alguém condenado por racismo.
"Racismo não se resolve com homenagem", afirmou. "Se resolve com responsabilidade."
A decisão da artista foi amplamente elogiada por fãs e por figuras públicas, que destacaram a coerência de sua postura. Para muitos, aceitar a homenagem significaria normalizar uma estrutura que, até agora, não apresentou consequências reais para o agressor.
Enquanto isso, Marcão do Povo continua negando qualquer atitude racista. Em declarações públicas, ele afirma não ter cometido crime algum e chegou a dizer, em ocasiões anteriores, que Ludmilla deveria pedir desculpas a ele pelos transtornos causados. A postura revoltou ainda mais o público, que vê nas falas do apresentador uma tentativa de minimizar um episódio grave.
O histórico do caso também pesa contra o SBT. Em 2017, após o episódio racista, Marcão do Povo foi demitido da Record. Pouco tempo depois, foi contratado pelo SBT, o que já havia causado indignação na época. Agora, anos depois, o assunto retorna com força, impulsionado pela fala direta e transparente de Ludmilla.
A cantora deixou claro que seguirá buscando caminhos legais e usando sua voz para denunciar o que considera uma injustiça. "É com o estômago embrulhado que eu vejo tudo isso", desabafou. "Mas não vou me calar."
Enquanto isso, a pergunta continua ecoando nas redes sociais, nos comentários e nas cobranças públicas: e o caso da Ludmilla?