Guitarrista diz que "diversão" voltou ao Primus
- Osmar Portilho
Atração confirmada do SWU, que acontece neste final de semana em Paulínia, no interior de São Paulo, O Primus não poderia ser escalado em um dia mais perfeito. Uma das referências das bandas que surgiram no início dos anos 90, o grupo do performático Les Claypool, Larry LaLonde e do "novo velho" baterista Tim "Herb" Alexander tocará ao lado de nomes como Sonic Youth, Alice in Chains e Faith No More, que também ajudaram a moldar o som daquela decáda.
Em conversa por telefone com o Terra, o guitarrista Larry falou sobre a atual turnê da banda, o novo álbum - Green Naugahyde- e principalmente como é a "diversão" do grupo, que chegou a fazer uma pausa nas atividades entre 2001 e 2003. Na época, Les Claypool chegou a dizer que a diversão que movia o trio não existia mais. "Acho que o que aconteceu é que a rotina de estúdio, turnê, estúdio, turnê, estúdio e turnê nos pegou. Precisávamos fazer algo diferente nem que fosse por um segundo", explicou o guitarrista Larry.
Confira a entrevista completa
Terra - Como está a turnê com o novo álbum?
Larry LaLonde - A turnê está ótima até agora. Fazemos dois sets, o primeiro com músicas variadas e o segundo com mais coisas do disco novo. Está divertido e estamos tocando muito.
Terra - Esta é a primeira vez do Primus no Brasil, como está se sentindo?
Larry LaLonde - Eu não conheço muito sobre o Brasil, mas sempre conversamos com as outras bandas e todos parecem andar. Estou empolgado e quero chegar logo aí.
Terra - E conheço alguma banda brasileira?
Larry LaLonde - Sem ser o Sepultura, na verdade não conheço (risos). É o que todo mundo conheço. Mas quero conhecer mais coisas. Quero chegar logo aí.
Terra - E o novo álbum? É divertido de se tocar ao vivo?
Larry LaLonde - Toda vez que fazemos um álbum e vamos sair em turnê, depois da gravação precisamos aprender novamente as músicas. Nessa hora a gente descobre quais canções são divertidas para tocar ao vivo ou não.
Terra - Na hora de escrever as músicas, vocês se preocupam como elas ficarão ao vivo?
Larry LaLonde - Isso nos preocupa as vezes, mas não é o principal. A coisa boa é que a gente não usa muitos overdubs - recurso usado em estúdio que adiciona outros intrumentos nas faixas - e coisas extras. Tocar ao vivo acaba ficando fácil.
Terra - E o setlist no SWU? Já conversaram sobre ele?
Larry LaLonde - Na estrada nós mudamos nosso setlist todas as noites. Esperamos chegar até o lugar para ver o lugar e aí sim conversar sobre o que vamos tocar. Precisamos saber se é um teatro ou se é um lugar aberto e com pessoas loucas.
Terra - Mas podemos contar com músicas antigas?
Larry LaLonde - Com certeza.
Terra -Quando o Primus fez aquela pausa no início dos anos 2000, Les (Claypool) disse que faltava diversão para motivar o trio. O que aconteceu?
Larry LaLonde - Primus é o que eu faço. Falo por mim. Pra mim não foi difícil voltar e me divertir com tudo isso. Acho que o que aconteceu é que a rotina de estúdio, turnê, estúdio, turnê, estúdio e turnê nos pegou. Precisávamos fazer algo diferente nem que fosse por um segundo. Nessa volta a gente quis se sentir como uma banda e a diversão voltou.
Terra - A rotina é algo que pode acabar com as bandas?
Larry LaLonde - Definitivamente, mas também temos família, crianças e não temos tempo para cuidar de todas essas coisas.
Terra - E esse retorno? Vocês voltaram a tocar juntos, mas demoraram para gravar um novo álbum, quase oito anos.
Larry LaLonde - Tocamos com Jay na bateria e decidimos que ele ia ficar conosco. Marcamos alguns shows e fomos aumentando a frequência. O melhor jeito de uma banda voltar a tocar junto é subindo ao palco e fazendo shows todas as noites. Foi como um recomeço.
Terra - Primus faz parte de uma escola pesada do rock. O que acha do gênero hoje em dia?
Larry LaLonde - O rock mais leve sempre foi muito famoso e atingiu mais pessoas. É o que acontece sempre. Mas parece que agora estão interessados nas bandas antigas como Faith No More e Red Hot Chili Peppers. Era uma época quando existiam bandas de verdades. É difícil voltar nessa época de grupos que fazem carreiras, gravam muitos álbuns e melhoram.
Terra - E bandas novas? Você recomenda alguma?
Larry LaLonde - Eu sou terrível em achar novos grupos. Eu entro na internet e tento achar algo novo. Quando vejo estou ouvindo Frank Zappa, Metallica e Beastie Boys.