Gramado: curta mistura 'Cabo do Medo' e Rivelino para surpreender
- Daniel Favero
- Direto de Gramado
O curta Rivelino, exibido na Mostra Competitiva da 39ª edição do Festival de Cinema de Gramado (RS), foi um dos destaques, pelo menos para o público, ao misturar elementos da película do diretor de Cabo do Medo, Martin Scorcese, com humor e futebol.
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A produção feita com apoio da prefeitura de São Paulo entrou na competição de forma despretensiosa e sem o apoio de uma torcida. O filme foi finalizado cinco dias antes da exibição. Rivelino conta a história do reencontro de um ex-presidiário com o promotor que lhe botou na cadeia, dentro de um ônibus interestadual, assim como no filme de Scorcese, no qual o condenado persegue seu algoz e família, segundo afirma o próprio diretor. Apesar do clima dramático e pesado do início, o filme tem uma reviravolta quando o ídolo corintiano Rivelino entra em cena.
De acordo com o diretor, Marcos Katudjian, o roteiro foi elaborado a partir de retalhos de episódios de sua vida, como a prisão de um amigo que embarcava para o carnaval com frascos de lança-perfume e lendas familiares. "Reza uma lenda familiar, segundo a qual, meu pai garante, que a primeira palavra que meu irmão teria dito foi Rivelino, desde que eu me entendo por gente meu pai fala isso... em uma circunstância semelhante a que é retratada no filme", diz.
Segundo o diretor o filme foi pensado como um exercício de condução gramática, ao falar da reviravolta pela qual passam os personagens. "Uma situação na qual mergulhávamos em um episódio bem específico de dois personagens, que é o que acontece no Cabo do Medo, para criar uma tensão em cima disso, uma perspectiva de um final violento, trabalhar isso até as últimas consequências e no final mudar o filme", diz o diretor que, diferente do que se pensa não é torcedor do Corinthians de Rivelino, mas sim do rival Palmeiras.
Segundo o protagonista, Djair Guilherme, o primeiro desafio que identificou no roteiro foi a transição pela qual passa o filme, mas buscou na emoção do futebol, o norte para sua atuação. "Eu, como corintiano sei bem como é esse momento de transição, de drama, até o momento no qual o Corinthians marca e tudo muda", diz.
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