Ciência X Ficção: Einstein incentivou arma nuclear? O que é real em 'Oppenheimer'?
Novo longa do diretor Christopher Nolan mescla ficção, história e ciência para retratar a Segunda Guerra Mundial. Veja dez perguntas sobre os acertos e erros do filme
Já assistiu a Oppenheimer e ficou na dúvida sobre o que é cientificamente real ou inventado no filme?
O novo longa do diretor Christopher Nolan mescla ficção, história e ciência para retratar a Segunda Guerra Mundial.
Aqui, separamos sete questões científicas e históricas retratadas para você conferir se procedem ou não. Veja:
É verdade que Albert Einstein incentivou os EUA a desenvolver arma nuclear?
O site History vs Hollywood conferiu o que procede na história do filme de Christopher Nolan e fez uma lista com os fatos mais curiosos do longa. Na publicação original, o site compara desde fotos das figuras reais com os rostos dos atores caracterizados para a produção até curiosidades ou boatos relacionados aos filmes. E aí oferece a perspectiva histórica correspondente, seja ela verdadeira ou não.
Uma delas é a pergunta acima. A resposta é sim. O célebre físico teórico assinou uma carta apelidada de carta Einstein-Szilard em 2 de agosto de 1939. De autoria do físico Leo Szilard, a carta foi enviada ao presidente Franklin D. Roosevelt, recomendando que ele fornecesse financiamento para pesquisas sobre o potencial de uso da fissão nuclear como arma. A carta alertava que a Alemanha nazista poderia estar realizando pesquisas semelhantes para o desenvolvimento de armas nucleares. O próprio Einstein nasceu na Alemanha.
O nome do programa para criar a bomba atômica era mesmo Projeto Manhattan? Por quê?
Não. Por mais óbvia que essa resposta possa parecer, como o diretor Christopher Nolan revelou que não utilizou CGI durante a explosão da experiência 'Trinity', alguns fãs assumiram que o cineasta teria detonado uma bomba atômica. Em entrevista ao The Hollywood Reporter, Nolan explicou que a explosão foi recriada usando miniaturas, como nos filmes clássicos de Star Wars. Em um estúdio criado para o efeito prático, junto com magnésio, gasolina, propano e pó de alumínio, o supervisor de efeitos especiais Scott R. Fisher e o diretor de Batman: O Cavaleiro das Trevas recriaram o experimento.
Oppenheimer quase matou Niels Bohr com uma maçã envenenada?
Não. O filme mostra, de forma bem fiel, o interesse do físico pelas causas sindicais e o apoio ao antifascismo durante a Guerra Civil Espanhola, mas Oppenheimer sempre negou ter se filiado ao comunismo, apesar de seu irmão, sua amante e sua esposa terem relações com o partido comunista.
Porém, o posicionamento do cientista é realmente complexo. Oppenheimer, até os 20 anos, se considerava apolítico, mas anos depois, ele se autodenominava um 'companheiro de viagem' do Partido Comunista, apesar de afirmar que nunca foi membro. A frase se originou na União Soviética, e significava alguém simpatizante de uma causa sem realmente fazer parte dela.
Lewis Strauss foi condenado por conta do discurso de David Hill?
Não. No filme, David Hill (Rami Malek) é a testemunha chave para representar toda a comunidade científica na audiência contra Lewis Strauss (Robert Downey Jr.), fazendo com que o governo americano bloqueasse a sua nomeação como parte do gabinete presidencial. Só que esse não foi o testemunho crucial para essa decisão. David Inglis, chefe da Federação de Cientistas Americanos e um dos envolvidos no Projeto Manhattan, testemunhou contra o ex-secretário interino de comércio dos EUA.
Apesar de sua postura, Strauss não traiu Oppenheimer, nem era um espião do Projeto Manhattan. Eles era colegas na Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos, mas tinham opiniões divergentes sobre o desenvolvimento e o uso de armas nucleares, já que Strauss queria construir a bomba de hidrogênio, coisa que Oppenheimer se opunha veementemente.