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Em Lisboa, Lázaro Ramos destaca importância de formar novos públicos

9 abr 2015 - 15h20
(atualizado às 15h20)
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O ator Lázaro Ramos, que apresentou em Lisboa "O Vendedor de Passados", defendeu a importância da formação de novos públicos" no Brasil, que não se limite a sucessos de gêneros como comédia, violência urbana ou biografias.

"No Brasil, os filmes que vendem são as comédias, filmes sobre violência urbana e, às vezes, biografias. Investir em outros gêneros é importante, se não ficamos com um mercado muito limitado e sem formar novos públicos", disse o ator, que apontou gêneros como o suspense.

Presente no lançamento do Festival de Cinema Itinerante de Língua Portuguesa (FESTin), Lázaro, de 36 anos, é o protagonista "O Vendedor de Passados", um longa-metragem de suspense adaptado da obra do angolano José Eduardo Agualusa.

Vicente, o personagem de Lázaro, é um profissional especializado em recriar o passado de seus clientes, substituindo-o por uma versão aperfeiçoada de suas memórias através da manipulação digital.

"Temos como referência pessoas que estão insatisfeitas com seu físico e se submetem a cirurgias plásticas, pessoas que mudam de sexo, pessoas que vivem uma vida falsa na internet", assinalou.

O filme, dirigido pelo carioca Lula Buarque de Hollanda, fez sua pré-estreia mundial no FESTin, que acontece em Lisboa até 14 de abril.

Alinne Moraes, 32, interpreta a misteriosa Clara, uma cliente que quer manter o anonimato.

Da literatura ao cinema, o filme passou por um processo de adaptação à realidade brasileira, e foi ambientado no Rio de Janeiro.

O predominante gênero de suspense se mistura com o romance e o drama que resulta, segundo Lázaro, em "um gênero híbrido", quase um laboratório de experimentação para novos formatos no cinema brasileiro.

Com mais de duas décadas de carreira, o baiano Lázaro Ramos começou como ator aos 15 anos, no Grupo de Teatro Olodum, formado só por atores negros.

No cinema, teve papéis em alguns dos melhores filmes do cinema brasileiro "Madame Satã" (2002), "Carandiru" (2003), "O Homem que Copiava" (2003), "Cidade Baixa" (2005) e "Ó Paí, Ó" (2007).

Casado há quase 11 anos com a atriz carioca Taís Araújo, o casal tem dois filhos, João Vicente, de 3 anos, e Maria Antônia, de três meses.

"Já vivemos todas as fases, opinando mutuamente sobre nossas carreiras, mas hoje estamos em uma fase que é ótima, só de elogios", contou, em tom relaxado.

O papel de "Foguinho", na telenovela Cobras&Lagartos, promoveu Lázaro internacionalmente.

"Depois da novela, me convidaram para ir a Angola e quando cheguei ao aeroporto, havia oito garotos com o bigode pintado de loiro", disse, lembrando da homenagem ao personagem.

Conquistada a simpatia do público da África e de Portugal, Lázaro se revelou um entusiasta do fortalecimento das culturas luso-parlantes através do cinema.

Além de "O Vendedor de Passados", também este ano lançará o filme "O Grande Kilapy", uma co-produção entre Brasil, Portugal e Angola, em que interpreta um trapaceiro angolano.

O ator antecipou que embarcará na direção de uma ficção filmada no continente africano, prevista para 2016.

"Através dessa ideia de integrar os países de língua portuguesa, queremos encontrar um novo mercado e uma maneira de dialogar", destacou.

EFE   
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