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A partir de 2018, Cannes só permitirá disputa de filmes que já estrearam

10 mai 2017 - 11h55
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Paris, 10 mai (EFE). - O Festival de Cannes anunciou nesta quarta-feira que a partir do ano que vem não vai permitir a exceção que terminou aceitando nesta edição as produções da plataforma digital Netflix, e todos os filmes que forem concorrer terão que ter estreado em salas comerciais francesas.

"(...) A partir de agora, qualquer filme que deseje competir em Cannes terá que primeiro se comprometer a ser distribuído nos cinemas franceses. Essa nova disposição será aplicável a partir da edição de 2018 do Festiva", indicaram os organizadores em comunicado.

Na edição deste ano, que acontece entre os dias 17 e 28 deste mês, os dois filmes do Netflix - "Okja", de Joon Ho Bong, e "The Meyerowitz Stories", de Noah Baumbach - poderão disputar a Palma de Ouro, apesar de ser de forma excepcional e embora a empresa só vá disponibilizar as produções na plataforma digital.

Em resposta aos boatos sobre a exclusão de ambos, o festival confirmou que os longas estarão "na seleção oficial e na competição, tal como tinha sido anunciado em 13 de abril. A organização explicou que pediu ao Netflix, "em vão", que aceitasse que os filmes pudessem ser exibidos para o público em geral nas salas da França e não só para seus assinantes e lamentou não ter conseguido chegar a um acordo com a companhia.

Embora os organizadores tenham comemorado a entrada de um novo operador que decidiu "investir em cinema", insistiram no "total apoio ao modo de funcionamento tradicional do cinema na França e no mundo", ou seja, que sejam lançados no circuito comercial para que possam ser vistos por todos.

O Festival de Cannes disse ter entendido a "preocupação" que estas dois filmes provocaram, e por isso determinará a regra da estreia nos cinemas a partir do próximo ano.

A Federação Nacional dos Cinemas Franceses (FNCF) já tinha apresentado questionamentos sobre a distribuição dos filmes do Netflix, já que se eles fossem lançados simultaneamente na internet e nas salas poderiam estar suscetíveis a punições por parte do Centro Nacional de Cinematografia (CNC).

A FNCF também se queixou de que o Netflix acaba de fechar seu escritório na França e que "há anos se esquiva da normativa francesa e das regras fiscais" que permitem que existam "a maioria dos filmes franceses e estrangeiros da seleção oficial".

EFE   
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