"Bolsa" de abadás tem mais vendedores que compradores
- Vagner Magalhães
- Direto de Salvador
O primeiro dia do Carnaval de Salvador, nesta quinta-feira, atraiu pouca gente para o estacionamento do Aeroclube de Salvador, local onde tradicionamente acontece a "bolsa de valores" de abadás e convites para os camarotes da festa baiana.
Sob um calor de mais de 30º C, centenas de vendedores tentavam atrair os poucos que se dirigiram ao local com a intenção de comprar as camisetas e as entradas.
Esse mercado é formado majoritariamente por "profissionais do ramo", que se dedicam ao comércio há mais tempo, por pessoas que encontram na venda uma forma de pagar o seu próprio abadá, por estudantes, e até por estrangeiros, que escolheram Salvador para ganhar um "dinheirinho" extra.
Segundo um dos vendedores, o sistema é semelhante ao da Bolsa de Valores. Se a oferta é pouca e a procura grande, o preço sobe. Caso contrário, caem. Entre os comerciantes, também há muita gente que ganhou os abadás de empresas, mas prefere lucrar com a venda.
Apesar de não ser ilegal, os vendedores preferem se manter no anonimato, para preservação da "imagem". Os abadás comercializados por maior preço são os do trio Camaleão, comandado pelo Chiclete com Banana. Para cada noite, chegam a valer até R$ 900 no paralelo. Oficialmente, para três dias, custam em torno de R$ 2,5 mil.
Mesmo sem uma grande procura nesta quinta-feira, os comerciantes dizem que no fim das contas sempre dá para garantir lucro.