Script = https://s1.trrsf.com/update-1727287672/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Exposição adverte sobre intervenção humana no meio ambiente

7 out 2012 - 13h07
(atualizado às 13h09)
Compartilhar

O chão de concreto que separa as construções monumentais da região central de Brasília está ocupado por painéis com 130 fotografias aéreas do francês Yann Arthus-Bertrand. Além de fotógrafo, Yann é ecologista e, há mais de 20 anos, percorre o mundo transformando em arte detalhes da superfície do planeta.

"No início, era pela beleza, mas agora o foco são os humanos", disse o fotógrafo à DW. Entre as imagens, há flagrantes da degradação da natureza a partir da intervenção do homem, além de eventos naturais ligados às mudanças climáticas.

Ao passear entre as imagens da exposição A Terra Vista do Céu, o público é estimulado a saber mais sobre determinado ponto do planeta em um momento flagrado pelo artista, que espera do público uma experiência de beleza, mas também de conhecimento e consciência. As fotos são identificadas com as coordenadas exatas de onde foram tiradas, além de informações relevantes sobre cada uma das paisagens.

"Eu acho que todos estão cientes da falta de recursos naturais, do crescimento da população, todos sabem disso. Nós sabemos sobre mudanças climáticas, mas ninguém quer mudar. Precisamos aprender a viver uma vida melhor com menos", adverte Yann, que não acredita na possibilidade de revoluções econômicas ou científicas. Para ele, a revolução necessária é de outra natureza: "Eu acho que precisamos de uma revolução espiritual, que nada tem a ver com religião, mas com ética e moral".

Destruição e preservação

Entre as imagens expostas, há exemplos de preservação, flagrantes de ocupação desordenada, situações extremas e luta pela sobrevivência. Uma das imagens mostra o deserto do Saara dentro das fronteiras da Mauritânia. Na descrição da foto, o alerta vai para o excesso de áreas de pastagem e a colheita de madeira, que diminuem a vegetação responsável pela fixação das dunas, o que facilita a movimentação da areia, ameaçando centros urbanos.

Outra foto que chama a atenção pelas cores fortes mostra o mais antigo parque nacional do mundo, o Yellowstone. O azul profundo mesclado com tons de verde, laranja e amarelo é da Grande Fonte Hidrotermal Prismática, uma bacia termal profunda rodeada de algas microscópicas que crescem de maneira diferente na água quente. O Parque Nacional faz parte da lista de patrimônios mundiais da Unesco desde 1978 e recebe, em média, três milhões de visitantes por ano.

O estudante que pilotava balões

O gosto pela fotografia foi descoberto acidentalmente, quando era estudante, no Quênia. "Eu estudava leões e pilotava balões para pagar as contas. Então descobri a fotografia aérea. Ela dá uma perspectiva diferente e foi muito útil para a minha pesquisa na época", lembra. Mas foi em 1992, durante a Rio 92, Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento , que Yann apresentou o primeiro trabalho com uma raiz ecológica mais forte. Ele queria mostrar a beleza do planeta, mas também chamar a atenção para os impactos da intervenção humana.

Ele conta o que o fez passar a observar os homens, além dos animais: "Foi quando abri os olhos e tentei entender o que está acontecendo. Hoje vivemos em um mundo muito diferente daquele em que viviam meus pais".

Além das fotografias

Um mapa de 200 metros quadrados acompanha a exposição. A representação do globo vem acompanhada de miniaturas das fotos colocadas nos locais onde foram tiradas, permitindo que o visitante caminhe pelo espaço e conheça os pontos frágeis do planeta.

Este ano, a exposição foi montada durante a Rio+20 e foi vista por 1 milhão de pessoas. Também durante a conferência, foi exibido pela primeira vez o documentário Planeta Oceano, produzido com participação de pesquisadores, oceanógrafos e biólogos de vários países. O documentário também foi exibido em Brasília.

Enquanto estiver na capital, Yann Arthus-Bertrand sobrevoará a cidade para fazer imagens que vão compor o livro da exposição, que deverá ser editado nas próximas semanas. Depois de Brasília, a exposição segue para São Paulo e Belo Horizonte.

O ilusionista norte-americano David Blaine deu início a um número de mágica inusitado nesta sexta-feira (5)
O ilusionista norte-americano David Blaine deu início a um número de mágica inusitado nesta sexta-feira (5)
Foto: Andrew Burton/Newscom / Reuters
Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra