Anfavea: mercado segue aquecido mesmo com fim dos incentivos
De acordo com a entidade, julho registrou recorde de vendas e produção estável, mesmo com paralisações de fábricas
A Anfavea – entidade que reúne as montadoras do País – divulgou na segunda-feira, 7, o seu balanço mensal, segundo o qual julho permitiu que o setor ainda desfrutasse dos efeitos benéficos da MP 1175, que incentivou a venda de veículos novos.
A Anfavea mostrou que, em julho, a primeira quinzena teve um desempenho muito acima da média por conta dos emplacamentos de automóveis e de comerciais leves favorecidos com o bônus do governo, somado aos descontos oferecidos pelas montadoras.
Já na segunda quinzena esse efeito foi diluído, mas as vendas se mantiveram elevadas pela estratégia de várias marcas que bancaram a manutenção de descontos.
De acordo com os dados do balanço, julho não foi somente o melhor mês do ano em vendas, mas também o melhor em volume e média diária de emplacamentos desde dezembro de 2020.
Com 225,6 mil autoveículos licenciados, este foi o melhor julho desde 2019, ou seja, recuperou patamares de antes da pandemia. Na comparação com o mês anterior, o crescimento foi de 19%. E foi ainda melhor em relação a julho de 2022, com 24% de alta.
Esse ritmo de vendas, com média diária de 10.743 unidades, também ajudou a reduzir os estoques das fábricas e das concessionárias, que estavam acima de 250 mil unidades no final de maio, e agora estão num patamar abaixo de 200 mil.
Em compensação, o nível de estoque que havia disponível mostra que a produção de julho não teve o mesmo ritmo acelerado das vendas, mantendo-se estável, apesar das várias paradas de fábricas por férias coletivas, lay-offs e outros ajustes da oferta à demanda. Os 183 mil autoveículos que deixaram as linhas de montagem representaram ligeira redução de 3,3% na comparação com o mês anterior.
Na apresentação, a Anfavea revelou ainda os números de emplacamentos da primeira semana de agosto, que foi 23% maior que o registrado no mesmo período do mesmo mês do ano passado.