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Por que o termo overcompliance está ganhando força nas empresas?

A implementação de um programa de compliance é essencial para as instituições, pois ele atua de forma transparente

31 jan 2024 - 11h37
(atualizado às 14h01)
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O overcompliance tem ganhado força no mundo corporativo, mas antes de discutirmos esse termo, é preciso resgatarmos o significado de compliance. Ele é a junção de práticas, políticas e procedimentos adotados por uma organização para garantir que ela esteja em conformidade com as leis, regulamentações e normas internas. O compliance tem o objetivo de assegurar que a empresa trabalhe de maneira ética, preservando sua imagem e evitando práticas ilegais.

Foto: Pexels/Mart Production / Canaltech

A implementação de um programa de compliance é essencial para as instituições, pois ele atua de forma transparente, impede riscos, detecta falhas e antecipa estratégias para solucioná-las. Além disso, é importante que toda organização se mantenha em conformidade com as leis e utilize ferramentas capazes de combater irregularidades no dia a dia corporativo.  

Agora, a partir do momento que uma organização começa a adotar medidas demasiadamente rigorosas a fim de evitar riscos no cumprimento dessas leis, essa prática é chamada de overcompliance, pois ela vai além das exigências regulatórias, com uma conduta exagerada que pode prejudicar a eficácia do programa de compliance. 

A ascensão deste termo reflete uma mudança de mentalidade nas empresas, onde se reconhece que o excesso de regras e uma abordagem muito rigorosa podem afetar o funcionamento do compliance, tornando o programa ineficiente.

Em outras palavras, essa abordagem rigorosa pode interferir no cumprimento das obrigações legais, aumentando a exposição dela para diversos riscos. Além disso, as empresas podem enfrentar diversos desafios relacionados à ética, transparência, fraude e segurança, pois o programa se torna pouco efetivo. 

Portanto, é necessário que cada companhia crie seu programa levando em consideração suas particularidades, com o objetivo de gerar um modelo adaptado de acordo com sua realidade e cultura organizacional, identificando dessa maneira o que é essencial para tornar o programa mais íntegro e assertivo. 

Na minha visão, é preciso debater os potenciais riscos e limitações dos programas de compliance. Ainda assim, é fundamental garantir seu pleno funcionamento, pois o compliance não é apenas um investimento, e sim um compromisso. E os debates acerca disso são importantes, pois eles nos mostram o empenho das corporações para fortalecer a integridade da marca no mercado e seu engajamento em manter a conformidade nas suas práticas empresariais. 

Eduardo Tardelli é CEO da upLexis, empresa de tecnologia que desenvolve soluções para busca e estruturação de informações extraídas de grandes volumes de dados (Big Data) da internet e outras bases de conhecimento.

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