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O que sabemos sobre material que promete revolucionar ramo dos supercondutores

Pesquisadores coreanos afirmam ter criado um supercondutor que não precisa de alterações de temperatura e pressão

28 jul 2023 - 11h09
(atualizado às 11h12)
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Supercondutor à temperatura ambiente foi recebido com ceticismo
Supercondutor à temperatura ambiente foi recebido com ceticismo
Foto: Goel/CC BY-SA 4.0/Wikimedia Commons

Cientistas coreanos afirmam ter criado uma nova substância capaz de revolucionar a indústria, o supercondutor LK-99. A descoberta promete reduzir custos e aumentar a eficiência na transmissão de elergia elétrica entre componentes.

Em materiais convencionais, parte da energia é "perdida" durante o trajeto entre a origem e o destino final da eletricidade, o que, na ponta do lápis, causa perdas consideráveis aos fabricantes. Supercondutores, por outro lado, são substâncias através das quais a eletricidade pode se mover sem resistência e com menos perdas.

O problema é que não é tão simples assim fazer com que supercondutores funcionem. Até hoje, os cenários são restritos e dependem de condições extremas, como temperaturas muito baixas e pressões extremamente altas.

O grande diferencial do LK-99 é que ele funciona em temperatura e pressão ambientes, segundo seus criadores, sem perder as características de um supercondutor. Ele foi obtido através da mistura de chumbo, oxigênio, enxofre e fósforo.

Atualmente, três artigos sobre o LK-99 estão disponíveis: dois no serviço de pré-impressão arXiv (aqui e aqui), que não realiza revisão por pares, e um no Journal of the Korean Crystal Growth and Crystal Technology, publicado em abril.

As alegações das pesquisas não convenceram alguns especialistas, que expressam ceticismo sobre os dados apresentados e o modelo teórico utilizado.

O efeito Meissner do LK-99 — fenômeno de flutuação na presença de um imã, característico dos supercondutores — , mostrado em um vídeo com supostas imperfeições, foi um dos questionamentos levantados.

O cientista Hyun-Tak Kim, do College of William & Mary, na Virgínia, coautor de um dos artigos arXiv, disse à News Scientist que está ciente do ceticismo, mas acredita que outros pesquisadores devem tentar replicar o trabalho de sua equipe para resolver o problema.

Os outros artigos são de autoria de cientistas do Centro de Pesquisa de Energia Quântica na Coreia do Sul, alguns dos quais solicitaram uma patente para o LK-99 em agosto de 2022.

Kim afirmou que assim que suas descobertas forem publicadas em um jornal revisado por pares, o que deve ocorrer em breve, ele apoiará qualquer um que queira criar e testar o LK-99 por conta própria.

Fonte: Redação Byte
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