Novas explosões no Sol podem prejudicar comunicação na Terra; entenda
O espetáculo de erupções duplas veio da região de manchas solares AR3663 ecausou apagões de rádio de ondas curta na Austrália, China e Japão
Houve duas erupções solares em um intervalo de seis horas em uma região de manchas solares AR3663, uma da classe X e outra da classe M. Estas erupções representam riscos para tecnologias terrestres e na órbita à Terra.
A região de manchas solares AR3663 teve duas erupções solares em um intervalo de seis horas. A primeira ocorreu na noite de quinta-feira (2), quando o sol liberou a mais potente das duas, uma tempestade solar da classe X, que ocasionou um apagão de rádio de ondas curtas em toda a Austrália, Japão e grande parte da China.
A erupção solar alcançou seu pico às atingiu o pico às 23h22 (horário de Brasília) e terminou cinco minutos depois. Já a erupção seguinte, de classe M, aconteceu na manhã desta sexta-feira (3) atingiu seu pico por volta das 5h.
Durante ambas as erupções, a região de manchas solares explosivas estava diretamente alinhada com a Terra, levantando a possibilidade de que uma ejeção de massa coronal (EMC) possa ter ocorrido junto com pelo menos um desses flares solares.
Se essa EMC estiver direcionada à Terra, haverá danos nas redes elétricas, de comunicação e telecomunicação, assim como satélites em órbita. Outro risco é a exposição de astronautas a doses perigosas de radiação.
Por outro lado, uma EMC é bem recebida por observadores do céu, já que podem desencadear tempestades geomagnéticas que, por sua vez, resultam em exibições aurorais visíveis em latitudes além da sua faixa polar "normal".
Segundo o físico solar Keith Strong, a erupção de classe X da noite passada foi o 11º maior deste ciclo até agora. Confira o vídeo:
X FLARE! Sunspot region AR3663 just produced an X1.7 flare, the 11th largest flare so far this cycle. It was an impulsive flare lasting a total of about 25 minutes and peaking at 02:22 U.T. This is the 30th X flare so far during SC25, compared to just 19 at the same stage in SC24 pic.twitter.com/zYgvqjm0Af
— Keith Strong (@drkstrong) May 3, 2024
As erupções solares, que são explosões na superfície do sol, emitem intensas rajadas de radiação eletromagnética. Eles ocorrem quando a energia magnética acumulada na atmosfera solar é liberada de forma súbita.
Classificação
As erupções solares são categorizados por tamanho em grupos com letras:
- As erupções da classe X são os mais poderosos;
- As erupções da classe M são 10 vezes menos poderosos que os da classe X;
- As erupções da classe C são 10 vezes mais fracos que os da classe M;
- As erupções da classe B são 10 vezes mais fracos que os da classe C;
- As erupções da classe A são 10 vezes mais fracos que os da classe B e não têm consequências perceptíveis na Terra.
Dentro de cada classe, números de 1 a 10 (e além para erupções da classe X) descrevem a força relativa de uma erupção. A da noite passada registrou X1.69, de acordo com o Spaceweatherlive.com, medido pelo satélite GOES-16 da Nasa, e a erupção desta manhã atingiu o pico em M4.5.
Ciclo solar
À medida que nos aproximamos do pico do ciclo de 11 anos, a atividade solar começa a se intensificar. Os cientistas solares estão monitorando cuidadosamente a estrela, conforme ela se aproxima do pico, pois a atividade solar pode ter um impacto significativo na Terra.
Erupções solares poderosas representam riscos significativos para espaçonaves, satélites e tecnologias terrestres. Devido à sua velocidade de propagação, que é igual à da luz, elas não oferecem tempo de preparo. Para mitigar possíveis danos, organizações como a NASA, NOAA e a Agência de Meteorologia da Força Aérea dos EUA monitoram a situação de perto.
"A compreensão e a proteção contra o clima espacial são essenciais para a segurança de nossos sistemas tecnológicos e de comunicação", afirma a NASA.