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Mistério babilônico de 2.700 anos é solucionado por arqueólogo

Especialista em Assíria diz ter descoberto o que símbolos misteriosos gravados em templos de 2.700 anos atrás, os associando a constelações e reis antigos

6 mai 2024 - 17h51
(atualizado às 21h57)
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Um arqueólogo especializado na Assíria diz ter solucionado um enigma de 2.700 anos envolvendo figuras pintadas em templo milenar de uma antiga cidade no atual Iraque. O local em questão era chamado de Dūr-Šarrukīn, onde, durante o reinado de Sargão II, da Assíria (721 a.C. — 704 a.C.), diversos símbolos foram gravados em uma série de templos locais.

Foto: New York Public Library/Domínio Público / Canaltech

Martin Worthington, da Universidade Trinity, avaliou cinco símbolos — um leão, uma água, um touro, uma figueira e um arado — que ganharam o mundo quando escavadores franceses os reproduziram em desenhos após seu achado, no século XIX. Eles foram comparados aos hieróglifos egípcios, mas seu significado era desconhecido. Não mais, segundo Worthington.

O significado dos símbolos assírios

De acordo com o arqueólogo, a sequência de símbolos representaria o nome do monarca, Sargão — šargīnu — soletrado na língua assíria. No mesmo sítio arqueológico, há outros templos com apenas três dos símbolos desenhados, no caso, o leão, a figueira e o arado, que, de acordo com o cientista, também soletrariam o nome do rei. 

Reproduções de escavadores franceses dos símbolos assírios gravados nos templos, agora, segundo Worthington, desvendados (Imagem: New York Public Library/Domínio Público)
Reproduções de escavadores franceses dos símbolos assírios gravados nos templos, agora, segundo Worthington, desvendados (Imagem: New York Public Library/Domínio Público)
Foto: Canaltech

Para dar mais suporte à teoria, Worthington aponta que os elementos também podem ser lidos como constelações. O leão representaria a constelação de Leo, enquanto a águia seria Aquila. Muitos dos conceitos e nomes assírios para as estrelas são os mesmos da astronomia moderna, já que as constelações vieram da Mesopotâmia ao ocidente através dos gregos.

Já a figueira representa a Constelação da Mandíbula, que não possui um equivalente moderno. O nome vem da proximidade das palavras no antigo assírio:  "iṣu" é a palavra para árvore, enquanto "isu" signifca mandíbula.

Usar os símbolos para escrever o nome de Sargão, então, "imortalizaria" o monarca nas estrelas, colocando-o nos céus. A poderosa mensagem ecoaria nos templos, prática comum para outros líderes através dos tempos. A antiga Mesopotâmia, que fica no atual Iraque e países fronteiriços, abrigou babilônios, assírios e sumérios, e foi berço da escrita, que surgiu na região há cerca de 3.400 a.C.

Embora Worthington não consiga provas concretas do significado dos símbolos, a interpretação, segundo ele, funciona ao explicar tanto a sequência de cinco elementos quanto a de três, e, ao abarcar o significado cultural forte das constelações, faz tudo parecer mais factível. A chance de ser apenas uma coincidência, é, segundo um trocadilho do próprio autor, "astronômica".

Fonte: Bulletin of the American Society of Overseas Research

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