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KP.2 | Tudo o que sabemos sobre a nova variante da covid

Casos da nova variante da covid-19 KP.2 começam a aumentar em diferentes países, como EUA, Japão e Reino Unido; cepa ainda não foi identificada no Brasil

23 mai 2024 - 23h51
(atualizado em 24/5/2024 às 03h06)
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Em diferentes países do mundo, começa a circular uma nova variante dos vírus da covid-19 apelidada de KP.2. Descendente da JN.1, a cepa acumula mutações e pode escapar mais facilmente da resposta imunológica do corpo humano, mas dentro de um limite. Especialistas projetam que ela não deve causar grandes ondas da doença, como foram observadas nos momentos mais críticos da pandemia.

Foto: kjpargeter/Freepik / Canaltech

Entre os países que mais registram casos da variante KP.2, estão os Estados Unidos. Por lá, a cepa estava relacionada com 4% dos novos casos da covid-19 no final de março. Mais recentemente, é associada com quase 30% das novas infecções, o que a torna predominante no cenário norte-americano.

Dados do Reino Unido, do Japão e do Canadá também apontam para o crescimento dos casos da KP.2. No Brasil, a nova variante da covid-19 ainda não foi identificada pelos serviços de vigilância epidemiológica.

Variante da covid KP.2

A variante KP.2 é descendente da JN.1 e acumula um conjunto de mutações na proteína Spike (S), localizada na membrana viral, em relação à variante mais antiga. 

Em circulação, outras variantes com menor expressividade também compartilham dessas mesmas mutações, como a JN.1.7. Por isso, todas foram apelidadas de "FLiRT" — cada letra da sigla faz referência a uma mutação específica na proteína S.

Aparentemente, essas mutações comuns na nova geração de variantes permitem que as novas variantes consigam escapar, em partes, do sistema imune humano e as tornam, de forma sutil, mais transmissível que a JN.1.

Até o momento, não foram identificados aumento nos números de casos graves, internações ou mortes associados à KP.2 e nem com as outras variantes.

Sintomas da KP.2

"Quando se trata de sintomas, não vemos nada de novo ou diferente com essas variantes. Continuamos a ver mais formas leves da doença", explica Andy Pekosz, professor de microbiologia e imunologia da Universidade Johns Hopkins, em artigo da própria instituição.

Entretanto, Pekosz destaca que os casos estão mais leves por causa da imunidade, que está mais forte. "Após anos de vacinações e infecções, a maior parte da população está melhor preparada para combater uma infecção sem tanta preocupação com formas graves", detalha. 

Entre os principais sintomas da variante KP.2, estão:

  • Dor de garganta;
  • Coriza e congestão nasal;
  • Tosse;
  • Dor de cabeça;
  • Dor no corpo;
  • Febre; 
  • Fadiga;
  • Diarreia;
  • Náusea e vômitos.

Risco para a saúde?

"Não dá para afirmar que sabemos tudo sobre a [variante] KP.2", avisa Ziyad Al-Aly, pesquisador do Sistema de Saúde de Veteranos de St. Louis, para o jornal NYT. No entanto, o especialista não enxerga um grande risco para a saúde humana.

A visão é compartilhada por Pekosz. Inclusive, o professor destaca que as defesas do sistema imune ainda são efetivas, especialmente no caso de pacientes que contraíram a variante JN.1.

Nova variante da covid-19 KP.2 se espalha pelo mundo, mas não deve causar onda de surtos (Imagem: Halfpoint/Envato)
Nova variante da covid-19 KP.2 se espalha pelo mundo, mas não deve causar onda de surtos (Imagem: Halfpoint/Envato)
Foto: Canaltech

"Uma infecção JN.1 deve fornecer proteção bastante forte contra todas as variantes FLiRT", reforça Pekosz. "A diferença entre JN.1 e essas variantes é apenas uma ou duas alterações de aminoácidos, portanto ainda existem muitos outros locais aos quais os anticorpos podem se ligar", acrescenta.

Vacina da covid-19

Por outro lado, pessoas infectadas por variantes mais antigas e sem doses de vacinas atualizadas podem ter mais dificuldade em combater o vírus, apresentando casos mais graves. Seria como se o sistema imune estivesse desatualizado.

Vale lembrar que, no Brasil, as doses da vacina da covid-19 estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos específicos, como crianças pequenas. Idosos e pacientes imunocomprometidos podem receber doses de reforço, dependendo da estratégia municipal de saúde.

Fonte: NYT e Universidade Johns Hopkins

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