IA finalmente aprende a criar mãos humanas em imagens
Plataforma Midjourney atualizou tecnologia que permite criação de mãos humanas quase perfeitas
A tecnologia de inteligência artificial (IA) está se aprimorando ainda mais. Agora, a técnica pode desenhar mãos realistas - má notícia para os que se preocupam com o uso irresponsável do deep fake.
Os geradores de imagens desse tipo, que têm base em instruções escritas, ficaram populares nos últimos tempos. Porém, a tecnologia apresentava falhas ao criar mãos humanas convincentes. Os dados que treinam a IA geralmente capturam apenas pedaços de mãos, o que resulta em fotos de mãos com muitos dedos ou pulsos esticados, um sinal que revela que a imagem gerada é falsa.
Porém, em meados de março, o popular criador de imagens “Midjourney” lançou uma atualização de software que parecia resolver o problema, possibilitando a criação de imagens com mãos perfeitas.
O software aprimorado da empresa foi usado na última semana para produzir imagens falsas do ex-presidente dos EUA Donald Trump sendo preso. As cenas, que pareciam reais e se tornaram virais, mostram o poder disruptivo dessa tecnologia.
Em entrevista ao jornal Washington Post, o professor de investigação digital da Universidade da Califórnia em Berkeley, Hany Farid, disse que as pistas de que a imagem é falsa se tornam cada vez menos confiáveis.
"Antes de acertar todos esses detalhes, a pessoa comum diria: 'Ok, há sete dedos aqui ou três dedos ali - provavelmente é falso. Mas quando ele começa a acertar todos esses detalhes… essas pistas visuais se tornam menos confiáveis”.
Ele afirmou ainda que a capacidade do Midjourney de criar imagens melhores cria um risco político, porque pode gerar imagens que parecem mais plausíveis e provocar raiva na sociedade.
O especialista acredita que é improvável que as empresas de IA desacelerem a melhoria de seus criadores de imagens.
“Há uma corrida armamentista no campo da IA generativa”, disse ele ao jornal. “Todo mundo quer descobrir como monetizar e eles estão se movendo rapidamente, e a segurança te atrasa.”