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Google anuncia óculos com IA Gemini para competir com Ray-Ban da Meta

Novos recursos para headset da Samsung e avanços em smart glasses mostram uma forte investida do Google para consolidar o ecossistema Android XR

9 dez 2025 - 14h53
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O Google apresentou nesta segunda-feira, 8, uma nova leva de atualizações para o ecossistema Android XR, reforçando sua estratégia para disputar espaço no mercado de dispositivos vestíveis com inteligência artificial (IA). As novidades incluem funções inéditas para o headset Samsung Galaxy XR e os primeiros avanços concretos no desenvolvimento de duas categorias de óculos inteligentes previstos para 2026.

Pioneiro no conceito de óculos inteligentes, o Google engavetou seu Project Glass em 2015, após o fracasso do produto. Na época, o Google Glass foi acusado de violar o direito à privacidade e gerou controvérsias. Dez anos depois, com o sucesso do Ray-Ban da Meta e a aproximação de concorrentes como Apple, o Google volta a investir no dispositivo.

Óculos inteligentes embutidos com IA Gemini chegarão em 2026, segundo Google
Óculos inteligentes embutidos com IA Gemini chegarão em 2026, segundo Google
Foto: Divulgação/Google / Estadão

A empresa confirmou que seus primeiros óculos com a assistente Gemini chegarão em 2026, produzidos em parceria com Samsung e as fabricantes de óculos Warby Parker e Gentle Monster.

Serão duas linhas diferentes: uma sem tela, focada em interação por áudio, câmeras e microfones para consultas rápidas ao Gemini; e outra com displays integrados, capazes de exibir informações diretamente no campo de visão do usuário, como traduções, rotas e prévias de fotos editadas por IA.

O Google afirma que busca equilibrar peso, estilo e nível de imersão ao desenvolver os óculos, tentando evitar os problemas que marcaram o fracasso do Google Glass no passado. A nova abordagem apoia-se fortemente no processamento externo via smartphone, solução semelhante à adotada pela Meta em seus óculos.

Já o Galaxy XR, lançado no mês passado, ganhou três novos recursos pensados para ampliar o uso cotidiano do aparelho. Um deles é o PC Connect, que permite espelhar telas de computadores com Windows diretamente no ambiente virtual do headset. A ferramenta, agora em beta, abre caminho para que usuários exibam aplicativos, jogos e documentos lado a lado com apps nativos do Google Play.

Outra adição é o chamado modo viagem, voltado para situações em movimento, como carros e aviões, e que estabiliza a posição das janelas virtuais para evitar que elementos se desloquem enquanto o usuário se movimenta. A empresa afirma que a função pode transformar um voo apertado em uma sala de cinema pessoal ou em um espaço de trabalho mais estável.

O terceiro recurso é o Likeness, um avatar digital mais realista que os modelos usados no lançamento do Galaxy XR. A partir de um escaneamento feito pelo celular, o sistema cria uma representação facial capaz de reproduzir expressões e gestos do usuário em tempo real durante chamadas de vídeo. O recurso chega em versão beta, também disponível nesta semana.

As mudanças refletem, em parte, críticas e pedidos feitos por usuários do Galaxy XR. Segundo a Bloomberg, usuários relatavam dificuldades ao tentar usar o headset em deslocamentos e pediam maior integração com PCs que não fossem da linha Samsung Galaxy Book. Além disso, a demanda por avatares menos caricatos motivou o desenvolvimento do novo sistema de rostos digitais.

A empresa também revelou avanços no segmento de óculos XR com fio. Entre eles, o Project Aura, desenvolvido em parceria com a Xreal, que traz uma proposta intermediária entre headsets e óculos tradicionais. O dispositivo funciona com o sistema Android XR e oferece campo de visão de 70 graus, utilizando tecnologia óptica que mescla elementos digitais à visão real. Ele depende de uma bateria externa, mas promete experiência mais leve que a de um headset convencional.

Nos bastidores, desenvolvedores também receberam novidades. O Google lançou a Developer Preview 3 do SDK de Android XR, que agora inclui ferramentas específicas para criação de experiências destinadas a AI glasses, algo que parceiros como Uber e GetYourGuide já estariam explorando. O objetivo é facilitar a construção de aplicativos que transitem entre headsets, óculos com fio e as futuras smart glasses da empresa.

Estadão
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