Revelação bombástica: o norte não é para cima e os mapas podem estar nos enganado este tempo todo
Por séculos, diferentes culturas colocaram leste, sul e até o paraíso no topo, até que navegadores e cartógrafos europeus redefiniram o planeta como o vemos hoje
Se você abrir qualquer mapa moderno — seja num livro ou no celular — vai encontrar o norte ali, no topo, firme como uma convenção absoluta do mundo. Mas essa ideia é bem mais recente (e arbitrária) do que parece. Por grande parte da história humana, a orientação dos mapas foi um reflexo direto de espiritualidade, poder político, rituais religiosos e até da forma como cada sociedade entendia o próprio lugar no universo. Em outras palavras: o norte só está acima porque alguém, em algum momento, decidiu que deveria estar.
A verdade é que nada nos pontos cardeais determina que o norte seja "superior". Ele não nasce, não se põe e, até hoje, ninguém carrega um GPS biológico que o aponte de forma natural. Antes de ser uma coordenada, cada direção já foi símbolo — de luz, renascimento, morte ou devoção.
Na Idade Média europeia, por exemplo, muitos mapas colocavam o leste no topo, e isso não tinha nada a ver com magnetismo ou viagem marítima. Era pura significação espiritual. O sol nasce no leste, e para cristãos o oriente era associado ao Éden, ao nascimento e ao início da jornada humana. No famoso mapa-múndi de Hereford, feito por volta de 1300, Cristo está acima de tudo, e logo abaixo dele fica o Paraíso — isso porque o topo do mapa apontava justamente para o leste. O oeste, associado ao pôr do sol e à morte, ficava embaixo. Nas bordas, a palavra latina MORS (morte) reforçava o simbolismo.
Já no mundo islâmico, a história foi completamente outra. Para muitos povos muçulmanos, o sul ...
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