Chuvas no Saara deixaram algo além das inundações: a vegetação se espalha pelo Sahel
Esse reaparecimento do verde no deserto pode ser mais do que um fenômeno sazonal
O deserto do Saara é o maior deserto quente do mundo e seus ergs, as áreas desérticas cobertas por enormes dunas, tornaram-se o símbolo moderno desses ecossistemas. Talvez por isso seja tão surpreendente ouvir que a vegetação esteja, aos poucos, avançando sobre essa região.
As intensas chuvas do começo de setembro evidenciaram o crescimento da vegetação no deserto do Saara, especialmente na fronteira sudeste, a região do Sahel. Pode ser que esse reaparecimento do verde não seja apenas um episódio isolado, mas sim fruto de uma tendência de longo prazo.
Chuvas como há muito não se via
No final de agosto, as previsões meteorológicas anunciavam um episódio climático singular nas proximidades do grande deserto africano. Elas indicavam que as chuvas descarregariam, em questão de dias, 500 vezes a quantidade de água que essa região recebe durante os verões, a época de chuvas na África Ocidental.
Por trás desse evento está o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ITCZ). O ar tropical úmido dessa zona, que envolve o equador terrestre, se desloca para o norte durante o verão boreal. Ao fazer isso, ele se depara com o ar norte-africano, seco e quente.
O problema é que, em 2024, a ITCZ se deslocou mais do que o habitual, causando não apenas um aumento crítico nas precipitações de verão no Saara, mas também um verão mais seco nas áreas tropicais ao sul do deserto.
Mais do que um episódio isolado?
No entanto, há motivos para pensar que o recente episódio de chuvas é ...
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