China vai reviver tecnologia que já foi considerada lendária: oito dragões que detectam os batimentos cardíacos da Terra
Há quase 2.000 anos, um cientista chinês chamado Zhang Heng projetou um sismômetro mecânico de precisão impressionante, capaz de detectar terremotos distantes. Considerado uma lenda esquecida por muito tempo, este instrumento pode agora renascer graças aos esforços dos cientistas chineses.
Um dispositivo tão misterioso quanto brilhante
Durante a Dinastia Han Oriental, o estudioso Zhang Heng inventou um objeto chamado Houfeng Didong Yi. Segundo escritos antigos, tratava-se de uma urna de bronze decorada com oito dragões dispostos em círculo, cada um segurando uma bolinha de gude suspensa sobre a boca de um sapo. Quando ocorria um terremoto, o dragão correspondente à direção do tremor soltava a bolinha, que caía na boca do sapo. Esse sistema visual possibilitava, assim, a indicação da direção do epicentro, sem que o terremoto fosse sequer sentido no local.
Tal feito parece inacreditável, mas crônicas imperiais afirmam que, em 138 d.C., o dispositivo detectou um terremoto a 850 quilômetros de Luoyang, a capital do império. O evento foi confirmado vários dias depois por emissários montados. Na época, essa habilidade beirava o divino.
Da lenda ao silêncio educacional
Apesar do impacto inicial, o instrumento desapareceu dos registros oficiais. Sua complexidade, a ausência de desenhos técnicos e a impossibilidade de reproduzi-lo fielmente levaram à sua completa exclusão do currículo educacional chinês em 2017. Esta joia da mecânica antiga foi agora classificada como uma fábula....
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