A China ficou sem acesso a uma de suas principais vias de internet por uma hora; não está claro se foi um teste ou um erro
Por 74 minutos, a principal rota de tráfego criptografado entre a China e o mundo exterior foi interrompida. O bloqueio foi cirúrgico, deixou rastro técnico e não foi explicado por nenhuma autoridade. Ninguém sabe se foi um teste, uma falha ou um sinal, mas o Grande Firewall ainda está operacional.
Há interrupções perceptíveis na internet. E há também o que aconteceu na China. Por uma hora inteira, um dos principais canais de tráfego criptografado para o mundo exterior caiu sem explicação. Não foi um apagão total, mas foi uma interrupção visível em muitos lugares: aplicativos que travaram, sites que não responderam, serviços que falharam logo na fronteira. A falha não se enquadrava em uma interrupção local típica ou em um problema com uma única operadora. Durou 74 minutos, perturbou as redes e deixou um silêncio constrangedor para trás.
O que caiu não foi toda a internet, mas uma parte específica e amplamente utilizada dela: o canal que permite que conexões criptografadas operem com segurança. De acordo com o Relatório GFW, entre 00h34 e 01h48 do dia 20 de agosto, horário de Pequim (UTC+8), houve um bloqueio generalizado na porta 443, usada pela maior parte do tráfego HTTPS. O efeito foi amplo e prolongado, mas não afetou outros canais. O mais impressionante é que, até o momento, ninguém explicou o que causou essa interrupção ou por que ela ocorreu durante esse período.
A análise técnica aponta para um padrão muito específico
Sempre que uma conexão tentava ser estabelecida naquela porta, pacotes especiais apareciam — RST+ACK — que agiam como uma ordem de desligamento. Eles eram o equivalente digital a desligar o telefone antes que alguém atendesse. Esses pacotes não foram enviados por engano: estavam sendo injetados em grandes quantidades no momento crucial da troca ...
Matérias relacionadas
Ex-chefe do PlayStation diz que é hora de esquecer gráficos e focar em hardware simples
"Estamos na internet de 1995": por que a revolução da IA pode criar mais empregos do que destruir