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Protagonizado por mulheres, Belém tem 1º museu de grafite

Não há outro do gênero a céu aberto na região amazônica. Iniciativa revitaliza urbanismo e impulsiona o comércio

3 dez 2023 - 05h00
O maior dos painéis do Museu de Arte Urbana de Belém tem 22 por 56 metros e fica em frente à baía do Guajará
O maior dos painéis do Museu de Arte Urbana de Belém tem 22 por 56 metros e fica em frente à baía do Guajará
Foto: Bruno Carachesti

A arte do grafite está estampada nos muros dos comércios e fábricas da região portuária de Belém, capital paraense. As obras são de artistas da região Amazônica, em sua maioria mulheres. O primeiro Museu de Arte Urbana de Belém (MAUB), recentemente inaugurado, expõem pinturas que atraem novos e antigos visitantes em um dos locais mais frequentados por turistas, o complexo Ver-o-Rio.

Seguindo em direção à periferia de Belém, cerca de 30 minutos com transporte público a partir do espaço turístico, reside uma das selecionadas para expor seus grafites no MAUB, Izabela Lima, artista plástica paraense conhecida como Mama Quilla.

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Ela acredita que as produções culturais precisam promover a participação das mulheres, cada vez mais, nos cenários artísticos. “Só por ser mulher, o sistema é bastante hostil, imagina atuar na rua fazendo grafite, muralismo. É muito importante os projetos priorizarem a mulher na cena artística, seja ela qual for”, analisa Mama.

Seu tema principal no MAUB é o autismo, com a obra Em Foco. Unindo frases positivas sobre quem vive com o espectro, explora ainda a fauna, a flora e o grafismo guarani. A pintura está exposta na avenida Marechal Hermes.

Izabela Lima, a Mama Quilla, que une fauna, a flora e o grafismo guarani em seu grafite no Museu de Arte Urbana de Belém
Foto: Bruno Carachesti

 “Trago no meu trabalho a mulher enquanto deusa, o autismo e a cultura amazônida. Apesar de serem assuntos distintos, eu vejo de formas interligadas”, explica Mama Quilla.

A maior pintura do museu

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O maior painel criado pelos artistas que compuseram o MAUB tem 22 metros de altura e 56 de comprimento. Fica em frente à baía do Guajará. Outras 21 pinturas poderão ser vistas ao longo das avenidas Marechal Hermes e Visconde de Souza Franco, além da travessa Dom Romualdo de Seixas.  

“Muitas pessoas não consomem arte, porque não têm oportunidade. Quando a gente tira um museu de um local fechado e vai para rua, forma público, deixando a cidade mais bonita, segura e desperta o interesse da população pela arte”, explica Gibson Massoud, curador e idealizador do museu no complexo Ver-o-Rio.

Considerado um dos principais pontos de turismo da cidade de Belém, o complexo de 5 mil metros quadrados de área fica à beira do rio Guajará. Tem lago para pedalinho, playground, barracas de comidas típicas, bares, música ao vivo, calçadão, estacionamento e o Memorial dos Povos Indígenas. 

21 pinturas podem ser vistas nas avenidas Marechal Hermes, Visconde de Souza Franco e travessa Dom Romualdo de Seixas, em Belém
Foto: Bruno Carachesti

Criado no final dos anos 90, o espaço foi abandonado por um certo tempo. Em 2022, a prefeitura da capital paraense revitalizou o espaço. A pedagoga Neise Santos, que constantemente frequenta o local, destaca que “o Ver-o-Rio estava abandonado, agora está bombando”, impulsionado pelo museu de grafites a céu aberto.

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O museu beneficia o comércio local

A criação do MAUB beneficia quem trabalha na região, principalmente os comerciantes. Elisabete Lacerda é dona, há 15 anos, de um dos quiosques de lanche. Ela percebe que os grafites atraem visitantes e houve um aumento considerável no faturamento mensal.

“As vendas melhoraram muito, porque as pessoas vêm para conhecer. A pintura fez uma ótima revitalização na praça. Chamou pessoas que não conheciam e os próprios turistas”, descreve Elisabete.

Instalado na região turística do complexo Ver-o-Rio, Museu de Arte Urbana de Belém revitaliza a arquitetura e impulsiona o comércio
Foto: Bruno Carachesti

Outro comerciante que sente o crescimento no faturamento é o vendedor de doces Irineu de Souza, conhecido como Tatá. Há dois anos ele trabalha no Ver-o-Rio e considera que suas vendas duplicaram. “Melhorou muito para nós. Quando tem evento, no final de semana, vende ainda mais”, comemora.

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