O SUS agora oferece acesso gratuito à cladribina, primeira terapia oral de curta duração para esclerose múltipla, melhorando a qualidade de vida dos pacientes e ampliando o acesso a tratamentos modernos no Brasil.
A partir deste ano, pacientes com a forma remitente recorrente altamente ativa da doença terão acesso gratuito à primeira terapia oral de curta duração por meio do Sistema Único de Saúde (SUS): a cladribina.
Com apenas 20 dias de administração ao longo de dois anos, o tratamento promete mais liberdade e qualidade de vida para pessoas que antes enfrentavam longas jornadas com injeções e infusões. “Estamos otimistas, pois esse tratamento diminui a carga de acompanhamento e, ao mesmo tempo, os custos para o sistema público de saúde”, destaca a Dra. Maria Augusta Bernardini, diretora médica da Merck para Brasil e América Latina.
Lançado no Brasil em 2020, o medicamento recebeu, em setembro de 2023, a recomendação favorável da Conitec para incorporação ao SUS. Com a prescrição médica, o acesso já está disponível, marcando uma vitória para pacientes, médicos e associações que participaram ativamente do processo de consulta pública.
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que atinge o sistema nervoso central, provocando inflamações nos nervos. Seus sintomas são variados e podem incluir fadiga extrema, fraqueza muscular, alterações visuais, dificuldades de locomoção, distúrbios cognitivos e sensações como dormência. Afeta principalmente mulheres entre 20 e 40 anos e pode se manifestar de forma cíclica ou progressiva.
Avanço no tratamento
Embora não exista cura para a EM, o controle da doença tem avançado com terapias de maior eficácia. A escolha do tratamento ideal é feita pelo médico, com base nas características de cada paciente e na atividade da doença. A cladribina atua diretamente nos linfócitos, células do sistema imunológico envolvidas no processo inflamatório.
Por ser oral e menos invasiva do que outras alternativas, como infusões e injeções, a nova terapia favorece a adesão e oferece mais praticidade para o paciente. A entrada da cladribina no SUS é considerada um marco para o acesso equitativo ao tratamento da esclerose múltipla. “Essa terapia representa uma melhoria importante no tratamento de pacientes com formas mais graves da doença, especialmente onde o acesso a terapias de ponta é limitado”, destaca a Dra. Bernardini.
A conquista só foi possível graças à mobilização de entidades médicas, associações de pacientes, representantes da sociedade civil e órgãos públicos, que participaram ativamente do processo de consulta pública.
Olhar para o futuro
Apesar de não haver cura, os avanços no tratamento da EM têm proporcionado ganhos significativos na qualidade de vida dos pacientes. Com novas terapias em desenvolvimento e a incorporação de medicamentos eficazes na rede pública, o Brasil fortalece sua resposta à doença e amplia o acesso a tratamentos de ponta.