O que é e como funciona o retransplante renal, procedimento feito por Faustão

Apresentador de 75 anos passou pela cirurgia nesta semana, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo

8 ago 2025 - 10h16
(atualizado às 10h24)
Resumo
Fausto Silva, 75 anos, passou por um retransplante renal no Hospital Albert Einstein, procedimento necessário quando o rim transplantado anteriormente deixa de funcionar, envolvendo avaliação rigorosa, busca por doador compatível e cirurgia com cuidados específicos.
Faustão passa por novo transplante e retransplante após internação em São Paulo
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Além de passar por um transplante de fígado nesta semana, o apresentador Fausto Silva, de 75 anos, foi submetido a retransplante renal, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Segundo a equipe médica, o procedimento foi planejado há um ano e realizado na quinta-feira, 7.

"Os procedimentos ocorreram após o Einstein ser acionado pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo e confirmar a compatibilidade dos órgãos doados por doador único", informou o hospital, em comunicado.

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Mas o que é um retransplante renal, como feito pelo Faustão? Quando é necessário? Como funciona? O Terra conversou com o Dr. Eduardo H. Taromaru, chefe da equipe de Transplante Renal do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, para entender o procedimento.

O que é um retransplante renal?

O médico explica que o termo "retransplante" significa fazer um novo transplante de rim em uma pessoa que já recebeu um transplante antes, mas esse rim que havia sido transplantado deixou de funcionar adequadamente.

Quando é necessário fazer o retransplante?

Essa cirurgia é indicada quando o rim que foi transplantado no paciente para de funcionar de forma definitiva. Taromaru afirma que há diferentes motivos para que isso aconteça, como:

  • Rejeição crônica: o sistema imunológico vai, aos poucos, danificando o rim transplantado.
  • Retorno da doença original que causou a insuficiência renal (por exemplo, algumas glomerulopatias).
  • Complicações cirúrgicas ou vasculares que inviabilizam o rim.
  • Problemas no próprio doador (em transplantes intervivos, o que é muito raro).

"Quando o rim para de funcionar, o paciente volta a precisar de diálise até que seja possível receber um novo órgão", diz o especialista.

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Caso do apresentador Faustão colocou doação e transplante de órgãos em destaque nos últimos meses
Caso do apresentador Faustão colocou doação e transplante de órgãos em destaque nos últimos meses
Foto: Reprodução de Vídeo/Instagram/@joaosilva / Estadão

Para quem é indicado o procedimento?

O retransplante renal geralmente é indicado para pacientes que já tiveram um transplante, mas perderam o enxerto --a parte que foi transplantada.

Segundo o médico, o procedimento pode ser feito levando em conta os seguintes requisitos no paciente:

  • Tenha condições clínicas de passar por nova cirurgia (coração, pulmão e estado geral adequados);
  • Não tenha contraindicações para transplante (exemplos: infecção ativa grave, câncer não tratado);
  • Seja compatível imunologicamente com um novo doador (testes de anticorpos e crossmatch negativos ou controláveis).

"O fato de já ter feito um transplante não desqualifica o paciente. Pelo contrário, muitos vivem décadas com mais de um transplante ao longo da vida", explica Taromaru.

Como funciona o retransplante?

O procedimento é semelhante ao primeiro transplante, mas exige alguns cuidados extras. O processo envolve as etapas abaixo, conforme o especialista:

Avaliação prévia detalhada

  • Realizar exames clínicos, cardiológicos, laboratoriais;
  • Fazer um estudo imunológico mais rigoroso, pois o paciente já teve contato com tecido de outro organismo e pode ter mais anticorpos.

Busca por doador

Cirurgia

  • Normalmente, o rim anterior não é retirado (exceto se houver infecção, dor ou tumores nele);
  • O novo rim é colocado no outro lado da pelve ou em posição adequada, com ligação a novos vasos sanguíneos e ureter.

Pós-operatório e imunossupressão

  • O regime de medicamentos para evitar rejeição costuma ser mais intenso no início;
  • O acompanhamento é frequente para detectar sinais de rejeição precoce.
Fonte: Redação Terra
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