Por que as mulheres têm mais dificuldade para emagrecer

Entenda por que as mulheres têm mais dificuldade para emagrecer e como metabolismo, hormônios, sono e estresse influenciam a perda de peso

18 dez 2025 - 19h39

Se emagrecer fosse apenas uma questão de foco e disciplina, muitas mulheres já teriam resolvido essa equação há muito tempo. No entanto, a realidade costuma ser outra: a balança demora a responder, o inchaço aparece sem aviso e o esforço parece desproporcional aos resultados. Longe de representar falha individual, esse cenário está diretamente ligado ao funcionamento do corpo feminino.

Por que as mulheres têm mais dificuldade para emagrecer
Por que as mulheres têm mais dificuldade para emagrecer
Foto: Prostock - Studio / Saúde em Dia

Segundo o médico Gabriel Almeida, o emagrecimento em mulheres segue uma lógica própria. "Não é falta de foco nem de disciplina, o corpo feminino responde de forma diferente à perda de peso", afirma.

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Metabolismo e gasto energético em repouso

Na prática, mulheres tendem a gastar menos energia em repouso. Isso ocorre porque, em média, possuem menor massa muscular e maior percentual de gordura corporal. Como consequência, o gasto calórico diário é reduzido, o que faz com que dietas e rotinas de exercícios iguais gerem resultados diferentes quando comparadas às dos homens, especialmente no início do processo.

Esse fator ajuda a explicar por que a perda de peso pode ser mais lenta, mesmo quando há consistência alimentar e disciplina nos treinos.

Distribuição da gordura dificulta mudanças visuais

Outro ponto relevante é a forma como a gordura se distribui no corpo feminino. Regiões como quadril e coxas concentram gordura subcutânea, menos prejudicial à saúde, porém mais resistente à mobilização. Assim, o peso pode até diminuir antes que mudanças visuais fiquem evidentes, criando a sensação de estagnação.

Essa diferença entre o que a balança mostra e o que o espelho reflete costuma gerar frustração e, muitas vezes, leva a estratégias extremas pouco sustentáveis.

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Oscilações hormonais afetam apetite e retenção

As variações hormonais ao longo do ciclo menstrual acrescentam outra camada de complexidade ao emagrecimento. Em períodos como o pré-menstrual, é comum observar aumento do apetite, maior retenção de líquidos e alterações de humor, fatores que impactam diretamente a percepção de resultados.

Ignorar essas oscilações fisiológicas faz com que respostas normais do corpo sejam interpretadas como fracasso do plano alimentar.

Sono, estresse e fome emocional

Dormir pouco interfere nos hormônios ligados à fome e à saciedade, reduz a disposição para o exercício físico e aumenta o desejo por alimentos mais calóricos. Somado a isso, o estresse eleva o cortisol, hormônio associado ao armazenamento de gordura e à busca por recompensas rápidas, como a comida.

Nesse contexto, a fome emocional surge como uma resposta recorrente à exaustão mental, não como falta de controle.

Emagrecer com estratégia, não com culpa

Para o cirurgião geral Gabriel Almeida, o principal erro é aplicar ao corpo feminino a mesma lógica usada para homens. "O emagrecimento melhora quando deixa de ser uma briga diária e passa a ser um plano que respeita metabolismo, hormônios e rotina", explica.

Com mais entendimento e menos comparação, o processo se torna mais consistente e sustentável.

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Por fim, o problema não está no corpo feminino, mas em insistir em estratégias que ignoram como ele funciona.

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