Covid-19: Fiocruz confirma circulação de nova variante no Rio de Janeiro

XFG responde por 62% dos casos sequenciados na capital fluminense e está presente também em São Paulo, Ceará e Santa Catarina

16 jul 2025 - 15h30
(atualizado às 16h40)
A XFG faz parte da família Ômicron e é uma combinação de duas outras variantes
A XFG faz parte da família Ômicron e é uma combinação de duas outras variantes
Foto: Production Perig/Adobe Stock

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a circulação da variante XFG do coronavírus na cidade do Rio de Janeiro. A linhagem foi identificada em 46 casos de covid-19 diagnosticados de 1º a 8 de julho, respondendo por 62% dos genomas analisados no período.

O Rio de Janeiro é o quarto Estado com identificação da cepa, em circulação também em São Paulo (dois casos), Ceará (seis casos) e Santa Catarina (três casos).

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Detectada inicialmente no Sudeste Asiático, a linhagem XFG tem se espalhado rapidamente por vários países e, em 25 de junho, foi classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como "variante sob monitoramento".

Riscos

Segundo a OMS, até o dia 22 de junho, foram documentados 1.648 testes positivos para a variante no mundo.

Considerando os resultados entre 26 de maio e 1º de junho, a XFG representava 22,7% das amostras analisadas globalmente. Apenas quatro semanas antes, a proporção era de 7,4%.

No Sudeste Asiático, a presença da variante passou de 17,3% para 68,7% no mesmo período. Ela também já é dominante na Índia.

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Ainda assim, de acordo com a entidade, o risco que a XFG oferece à saúde pública, em nível global, é baixo.

Perfil da variante

A XFG faz parte da família Ômicron e é uma combinação de duas outras variantes: LF.7 e LP.8.1.2. A amostra mais antiga foi coletada em 27 de janeiro de 2025.

Em comparação com outras linhagens em circulação, ela tem um perfil de mutação diferente na proteína Spike, que o vírus usa para entrar nas células humanas.

Segundo análises da OMS, essas mutações tornam a variante um pouco mais apta a escapar da resposta do sistema imunológico em comparação com a LP.8.1, por exemplo.

Segundo o infectologista Renato Grinbaum, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o fato de essa variante ter mais mutações é motivo de atenção. "Existe a possibilidade, ainda que remota, de termos casos mais graves, mas não como os que tivemos em 2020", diz.

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Apesar disso, ainda não há evidências de que a gravidade do quadro associado à XFG seja maior do que a causada por outras variantes em circulação. "Todo esse grau de alerta é exatamente para evitar a disseminação e propagação de uma cepa que teoricamente poderia ser mais intensa", explica o médico.

Sintomas

Os sintomas associados à XFG são semelhantes aos de outras linhagens do SARS-CoV-2. De acordo com Grinbaum, um ponto de diferença é que sinais gastrointestinais, como dor abdominal e diarreia, são um pouco mais frequentes. Outro sintoma relatado por pacientes acometidos pela variante é a rouquidão.

Vacinação

Segundo a OMS, espera-se que as vacinas contra covid-19 atualmente aprovadas permaneçam eficazes contra essa variante, evitando o agravamento da doença.

Assim, conforme aponta o Ministério da Saúde, a imunização é a principal forma de se proteger. Em 2025, mais de 14,2 milhões de doses já foram distribuídas em todo o País.

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Além disso, desde 2024, a vacina contra covid-19 passou a integrar o calendário nacional para gestantes, idosos e crianças. Ela é aplicada em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

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