Simone de Cássia Galdino, de 15 anos, morreu tragicamente ao manusear o celular logo após o banho, destacando os riscos de choques elétricos em ambientes úmidos e a importância de medidas de segurança elétrica.
A morte de Simone de Cássia Galdino, ao retirar o celular da tomada após o banho, chocou a todos, lembrando o perigo da combinação entre água e eletricidade.
Apesar disso, a notícia da morte da adolescente Simone de Cássia Galdino, de 15 anos, que caiu desacordada no chão do banheiro ao retirar o celular da tomada instantes depois de sair do banho, na última sexta-feira, 11, veio como um choque para muitas pessoas.
Ao Terra, Lucas Mychardson, de 20 anos, amigo de Simone, a descreveu como uma menina "meiga", "esforçada" e "cheia de sonhos", que teve a vida tirada de forma trágica e repentina.
Nas redes sociais, usuários relataram que já haviam tido a mesma conduta e que não sabiam dos riscos que corriam ao fazê-lo. Então, o que pode aumentar o risco de um choque elétrico?
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Riscos do choque elétrico
Segundo o engenheiro eletricista Edson Martinho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Conscientização dos Perigos com a Eletricidade (Abracopel), a umidade do ambiente pode ser um fator de risco — o ideal, portanto, é não deixar o celular no banheiro enquanto se toma banho, já que a água quente do chuveiro produz vapor.
Outro fator de risco são equipamentos em más condições de uso. O risco de choque é maior se a pessoa tocar na área danificada do aparelho, como fios elétricos parcialmente desprotegidos em algum ponto da sua extensão ou carregadores com cortes, rachaduras ou outros sinais de desgaste.
Por isso, Martinho recomenda o uso de Dispositivos Diferenciais Residuais (DRs), que protegem contra choques elétricos e incêndios.
"Esse tipo de dispositivo monitora constantemente a corrente elétrica que entra e sai de um circuito", diz Martinho. "Na ocorrência de um possível choque elétrico, ele faz o desligamento automático da instalação elétrica, garantindo que ninguém sofra um choque."
Martinho orienta que, de forma geral, o ideal é sempre manusear aparelhos eletrônicos longe de água e com as mãos secas. Ele explica que é possível levar um choque manuseando um aparelho longe da água, mas o risco é 50% menor.
Em área seca, um choque elétrico acima de 50 volts é o suficiente para representar um risco de fibrilação cardíaca — arritmia cardíaca que faz com que os átrios do coração batam de forma irregular e acelerada. Em área molhada, a voltagem necessária para causar o mesmo efeito cai pela metade: 25 volts.
"Eu não sei qual o nível do choque que Simone sofreu, mas as tomadas têm 127 volts ou 220 volts, então a descarga foi quatro ou cinco vezes maior do que o limite mínimo de segurança. Tocar uma parte energizada ou qualquer coisa que esteja em um tomada é um risco muito grande quando a pessoa está molhada", alerta.
Dicas para evitar choque elétrico após o banho
Algumas ações podem ser tomadas para evitar um acidente com choque elétrico após o banho:
- Evite usar aparelhos elétricos no banheiro ou em locais com umidade;
- Se estiver com o corpo úmido, NÃO manuseie aparelhos elétricos, tampouco encoste em tomadas ou fios;
- Toque em aparelhos SOMENTE com as mãos secas e os pés calçados;
- Se possível, instale um disjuntor diferencial residual (DR).