2026: A Roda da Fortuna e o Destino como resposta

2026 vem com a Roda da Fortuna revelando viradas do destino, ciclos que se encerram e novas oportunidades guiadas pelo Tarot

30 dez 2025 - 09h00

Alguns anos nos confrontam com perguntas internas. Outros nos desafiam com mudanças externas. 2026 combina ambas as energias! Regido simbolicamente pelo arcano maior do tarot A Roda da Fortuna, esse é um ano em que os movimentos ganham velocidade, e os antigos pontos de apoio podem deixar de sustentar o que antes parecia estável em sua vida. Mas calma, isso está longe de significar colapso como muitos pensam e andam dizendo por aí. Para quem busca segurança em previsões fixas, a Roda da Fortuna certamente gera desconforto e preocupação, mas se você está comprometida com autonomia e clareza, o que esse arcano revela é outra coisa. Neste texto, você vai entender o que A Roda da Fortuna representa como estrutura simbólica, quais competências psíquicas estarão em destaque e de que forma isso poderá impactar a sua vida. Confira! 

Entenda o que a carta regente de 2026 revela sobre o ano
Entenda o que a carta regente de 2026 revela sobre o ano
Foto: Shutterstock / João Bidu

A ESTRADA ATÉ AQUI! 

O ano de 2025 sob a regência simbólica do arcano O Eremita, nos confrontou com uma exigência pouco popular, a importância de parar para observar, ao invés de seguir acumulando compromissos, relações e ideias sem critério. Associado ao signo de Virgem, que fala sobre depuração, análise e discriminação no sentido mais técnico da palavra, separar o que ainda tem função daquilo que apenas ocupa espaço, O Eremita exigiu uma triagem interna. Mas nem todos lidam bem com esse chamado. Muitos resistem. Afinal, desacelerar num ambiente que valoriza performance constante parece inaceitável.

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O resultado disso foi visível, aumento de crises de saúde mental, colapsos produtivos, instabilidade emocional e desorganização nos ritmos de trabalho e descanso. Segundo dados oficiais, o estado de São Paulo registrou um aumento de 40% nos atendimentos relacionados à saúde mental em 2025. E os afastamentos do trabalho por transtornos psíquicos aumentaram 143% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esses números não são apenas estatísticas, são sintomas de uma estrutura que já vinha tensionada e que, ao ser forçada a pausar, revelou o que estava fora de lugar.

O Eremita também nos afastou, mas não no sentido social e sim no sentido psíquico. Ao longo do ano, muita gente sentiu que precisava se isolar e o silêncio, para quem conseguiu sustentar, se mostrou um espaço fértil para retomar o essencial. O problema é que o essencial nem sempre é confortável. Reavaliar vínculos, revisar crenças, reconhecer limites, tudo isso pode parecer retrocesso quando o mundo exige expansão. Mas o aprendizado do Eremita foi esse, não dá para sustentar movimento sem estrutura. Não dá para crescer sem antes reorganizar.

O ARCANO MAIOR DO TAROT A RODA DA FORTUNA.      

A Roda da Fortuna costuma causar desconforto em quem busca previsibilidade. Sua imagem, uma roda girando com figuras em ascensão, queda e estabilidade, aponta para um ciclo que não pode ser controlado, apenas compreendido e respondido com muita maturidade, afinal conquistá-la foi o trabalho de 2025. A Roda da Fortuna representa o movimento inevitável da vida, principalmente aqueles que vêm de fora, afinal esse é um arcano cármico. A instabilidade que ela anuncia não é punição nem acaso. É um lembrete simbólico de que nenhum cenário permanece fixo por muito tempo, e que a ideia de controle absoluto é, no fundo, uma ilusão operacional. Associado astrologicamente ao planeta Júpiter, esse arcano carrega a força da expansão, da ampliação de contexto, da circulação de ideias e oportunidades. Mas esse crescimento não é neutro, ele amplifica o que encontra. Se o ambiente está desorganizado, Júpiter amplia a confusão. Se está bem estruturado, amplia o alcance.

Na carta da Roda da Fortuna, especialmente nas versões mais tradicionais do tarot, vemos três figuras que giram ao redor da roda central, Tífon, a figura que desce, representa o colapso instintivo, a energia que rompe, destrói e desorganiza. Ele aparece nos momentos em que há perda de direção, impulsividade, reações desproporcionais ou negação da realidade. Outra figura é Hermanúbis, que sobe no lado oposto da roda, representa a ascensão psíquica, o esforço de retorno à consciência, à ordem interna e à reconstrução depois de um abalo.

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Já no topo da roda está a Esfinge, imóvel em meio ao giro, símbolo de estabilidade, lucidez e contenção. Além disso, em torno da roda, quatro figuras com asas reforçam a estrutura simbólica da Roda da Fortuna. São elas o Leão, o Homem, a Águia e o Touro, imagens que vêm da visão do profeta Ezequiel e que representam, cada uma, uma função essencial da consciência. O Leão está ligado ao fogo e ao naipe de bastão, representa à vontade e à ação. O Homem está para o naipe de copas e simboliza à água, às emoções e à sensibilidade. A Águia corresponde ao naipe de espadas e representa o ar, o pensamento, o discernimento.

Já Touro representa a terra e o naipe de ouros, simboliza o corpo, os limites concretos da existência. Esses quatro pilares, ação, pensamento, emoção e corpo, são os elementos que, quando em equilíbrio, sustentam uma vida coerente. Mas quando estão em conflito, o que deveria ser estrutura vira tensão. A proposta simbólica desse arcano não é impedir o movimento, mas nos lembrar de que a vida é movimento, e que o nosso ponto de apoio interno precisa estar ajustado se quisermos responder ao mundo com clareza.

2017 FOI O ANO DA RODA DA FORTUNA, MAS O QUE ESPERAR DE 2026?

Na tradição simbólica do tarot, a carta que rege o ano é calculada pela soma dos algarismos do número correspondente. Em 2026, 2 + 0 + 2 + 6 temos o 10, número que remete ao arcano maior A Roda da Fortuna. O último ano com essa regência não passou despercebido. Em 2017, o Brasil viveu uma sucessão de acontecimentos que refletem com precisão o que essa carta representa, mudanças inesperadas, instabilidade institucional e aceleração de processos que, até então, pareciam parados. Foi um ano marcado por crises políticas recorrentes, com destaque para a delação da JBS, que envolveu diretamente o então presidente Michel Temer e provocou um abalo nas estruturas de poder. A polarização política se acentuou, e a sensação geral era de que nenhuma certeza duraria muito tempo. Também foi um ano de forte movimento social e judicial, a Operação Lava Jato atingiu seu ápice, com novas fases, prisões e revelações que colocaram figuras centrais da política e do empresariado no centro de investigações. A confiança nas instituições oscilava, e muitas decisões precisavam ser revistas em tempo real.

Na economia, o país começava a sair lentamente de uma recessão grave. O cenário internacional também pressionava, com incertezas políticas globais e impactos nas relações comerciais. Mas não foi apenas no nível político que a roda girou, a população foi diretamente impactada por um cenário de insegurança crescente. O Espírito Santo viveu uma das crises mais graves de segurança pública da década, com uma greve da polícia militar que deixou o estado vários dias sem policiamento nas ruas. O resultado foi de saques, mortes, sensação de colapso. Outras paralisações e protestos pipocaram em diferentes regiões do país, com destaque para greves contra reformas trabalhistas e da previdência. O clima era de saturação e descontrole, não só político, mas social e psíquico.

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Mas a Roda da Fortuna também girou para o outro lado, a inflação no Brasil caiu para o menor nível em quase duas décadas, e a taxa básica de juros foi reduzida, iniciando uma mudança importante no cenário econômico. Setores como tecnologia, agricultura e inovação educacional começaram a se recuperar com mais força, além do crescimento de expansão de startups e do ecossistema de inovação, cresceu a adoção de plataformas online, EAD e metodologias híbridas em universidades e escolas, com impacto direto na ampliação de acesso.

Também foi um ano marcante na cultura e no esporte: o Brasil brilhou no futebol feminino e masculino, retomou o protagonismo em festivais de cinema e viu nascer novos movimentos culturais que trouxeram visibilidade para o público LGBTQIA+, com decisões do STF reforçando direitos civis. Nem todas essas conquistas foram visíveis no noticiário tal como as questões políticas, muitas ficaram imperceptíveis durante o giro da roda, mas foram fundamentais para o ciclo seguinte. Você lembra o que aconteceu em sua vida pessoal ao longo da última regência da Roda da Fortuna em 2017?

A RODA DA FORTUNA E O DESTINO COMO RESPOSTA, NÃO COMO ACASO

Em 2026, esse princípio se manifestará de forma intensa, com mudanças rápidas, sensação de que estamos diante de oportunidades que exigem decisões ágeis e claro, com fundamento, O desafio agora será crescer sem perder a direção, ampliando a visão sem se perder no excesso de estímulos, nos colocando em movimento sem agir por impulso. Na perspectiva junguiana, essa é justamente a tensão entre o ego e o inconsciente.

Quando o ego acredita que controla o destino, o inconsciente responde com desorganização, sintomas ou rupturas. Mas quando a consciência se alinha aos elementos internos, corpo, emoção, pensamento e vontade, o destino deixa de ser uma força cega e passa a ser uma resposta coerente à estrutura que se tem por dentro da própria psique. Essa é uma das chaves simbólicas da Roda da Fortuna, o destino não é aleatório, ele responde à qualidade da sua integração interna. O que está mal resolvido tende a emergir como imprevisto, já o que está integrado se manifesta como direção ao destino. Que o autoamor nos guie e que a fé nos acompanhe!

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Felipe Bezerra é Tarólogo, Astrólogo e Terapeuta Holístico na Origem Therapias.

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