Durante a gravidez, as futuras mamães são orientadas a suspender ou reduzir o consumo de determinados alimentos e líquidos, como o café. De acordo com cientistas, no caso dessa bebida, o principal risco está nos níveis elevados de cafeína, que podem afetar tanto a saúde da gestante quanto a do bebê. É o que aponta uma série de análises realizadas por pesquisadores do Laboratório de Fisiologia Endócrina da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Por que reduzir o café durante a gravidez?
Após revisar cerca de 120 estudos sobre os ricos da cafeína para gestantes, os especialistas constataram que a substância pode afetar principalmente o peso corporal e o sistema endócrino dos bebês. A longo prazo, também identificaram impactos no fígado, órgão responsável pela desintoxicação do corpo, pela regulação da glicose e pelo armazenamento de nutrientes. Além disso, os pesquisadores identificaram efeitos sobre o coração e os hormônios reprodutivos.
De acordo com a pesquisa, mesmo em baixas quantidades e durante a amamentação, a ingestão de cafeína causa disfunções na tireoide, elevando as chances de diagnóstico de hipotireoidismo e hipertireoidismo. Já o consumo excessivo foi associado a uma maior probabilidade de aborto espontâneo e de malformações fetais. Os cientistas brasileiros explicam que isso ocorre porque, durante a gravidez, os componentes do café permanecem por mais tempo no organismo. Além disso, ao atravessarem a placenta, que não consegue metabolizá-los adequadamente, acabam provocando uma superexposição do feto.
Segundo o estudo, alguns desses efeitos ainda variam de acordo com o sexo do bebê. Por isso, em vez de apenas reduzir o consumo da bebida durante a gestação, a recomendação dos especialistas é suspendê-lo completamente. A orientação também vale para o período de amamentação, quando a criança ainda pode receber doses significativas de cafeína por meio do leite.