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Com qual frequência devemos lavar a roupa de cama? Especialistas respondem

Micro-organismos, suor, células mortas e alérgenos se depositam na cama todos os dias - e a rotina de lavagem pode fazer diferença para alergias, respiração e qualidade do sono

17 dez 2025 - 14h09

A gente passa cerca de um terço da vida na cama - e isso por si só já mostra que o sono não é um detalhe. Dormir bem é parte do "funcionamento básico" do corpo e do cérebro. Só que, além de olhar para as horas de descanso, vale lembrar de um fator que costuma ser ignorado: lavar e higienizar o ambiente onde você dorme.

Lençol “com cara de limpo” não significa cama higienizada; descubra qual é a frequência ideal para lavar a roupa de cama no dia a dia
Lençol “com cara de limpo” não significa cama higienizada; descubra qual é a frequência ideal para lavar a roupa de cama no dia a dia
Foto: Reprodução: Canva/TrueCreatives / Bons Fluidos

Lençóis limpos, fronhas lavadas, travesseiros bem cuidados e um edredom higienizado não servem apenas para deixar tudo mais confortável. Eles ajudam a reduzir a exposição diária a resíduos, alérgenos e microrganismos que, com o tempo, podem piorar sintomas respiratórios e atrapalhar a qualidade do sono. 

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Mas a pergunta que muita gente faz (e quase sempre adia) é simples: de quanto em quanto tempo precisa lavar cada item da cama?

O que vai para a cama enquanto você dorme 

Durante a noite, o corpo trabalha: perde células mortas da pele, libera oleosidade e transpira. A microbiologista Primrose Freestone, em entrevista ao jornal The Independent, explica que, todas as noites, eliminamos centenas de milhares de células da pele, além de óleos produzidos pelas glândulas sebáceas e cerca de 250 ml de suor.

E não para por aí. A pele humana naturalmente abriga bactérias e fungos - parte da nossa microbiota - que acabam sendo transferidos para lençóis, travesseiros e edredons conforme você se mexe. Fora isso, cabelo e corpo carregam poeira, pólen e partículas acumuladas ao longo do dia, que também vão parar na cama. Em pessoas sensíveis, esse "combo" pode favorecer crises alérgicas, irritação respiratória e sensação de ar mais pesado no quarto.

Ácaros e fungos: os moradores invisíveis do colchão

As células mortas viram alimento para ácaros, que se multiplicam com facilidade em ambientes quentes e úmidos - exatamente o tipo de cenário que lençóis e travesseiros oferecem. O problema não é só a presença deles, mas o potencial alergênico, associado a rinite, asma e eczema.

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Os fungos também merecem atenção. Um exemplo citado por especialistas é o Aspergillus fumigatus, já encontrado em travesseiros usados e que pode causar infecções pulmonares graves, especialmente em pessoas com imunidade comprometida.

Se você dorme com pets, o "ecossistema" da cama muda ainda mais: entram pelos, caspa, sujeirinhas trazidas da rua e, às vezes, micro-resíduos que aumentam a necessidade de lavagem.

Guia prático: com que frequência lavar cada item da cama

1. Lençóis e fronhas

O ideal é lavar, pelo menos, uma vez por semana. Se você estiver doente, suar muito ou dormir com animais, a recomendação é reduzir o intervalo para a cada 3 ou 4 dias. Sempre que possível, prefira lavagem a 60 °C, que ajuda a eliminar bactérias e ácaros. Passar a ferro depois também pode reforçar a higiene.

2. Capas de edredom e cobertores

Lave a cada 2 semanas, diminuindo a frequência se tiver pets. Respeite a etiqueta, mas, se o tecido permitir, temperaturas iguais ou acima de 60 °C tendem a ser mais eficazes para reduzir microrganismos.

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3. Edredons (a peça "grande" mesmo)

Lavar cada 3 ou 4 meses, dependendo do uso. Mesmo com capa, parte da oleosidade corporal e partículas vai se acumulando no enchimento com o tempo.

4. Travesseiros (o enchimento)

Lave a cada 4 a 6 meses (cheque a etiqueta). O interior do travesseiro pode acumular umidade, ácaros e até mofo - e a secagem completa após a lavagem é essencial para não piorar o problema.

5. Colchão

A rotina recomendada é de aspirar uma vez por semana e deixar arejar por algumas horas sempre que possível. Outra dica é usar protetor de colchão (de preferência antialérgico ou impermeável). Isso reduz a penetração de suor e resíduos no tecido do colchão, o que também diminui o "campo fértil" para ácaros.

A cama pode parecer limpa - e ainda assim não estar

O ponto é que boa parte do que se acumula ali não dá para ver: suor, óleo, células mortas, poeira, pólen e microrganismos. Manter uma rotina de lavagem não é perfeccionismo: é uma medida simples que pode contribuir para respirar melhor à noite, reduzir crises alérgicas e deixar o sono mais reparador.

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