Nos últimos dias, fortes ventanias causaram estragos pelo Brasil, provocaram o cancelamento de voos, quedas de energia e uma série de transtornos. Mas, afinal, é normal tudo isso acontecer? É sinal de que algo mais grave está por vir? Estamos perto de um tornado ou furacão? Ao Terra, meteorologista explica a situação e as diferenças entre os fenômenos.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Atualmente, a situação foi influenciada por um ciclone extratropical que se formou no Sul do Brasil. Como pontua a meteorologista Andrea Ramos, é importante considerar que, conforme indica a Organização Meteorológica Mundial, estamos na 'era dos extremos', onde ventanias e fortes chuvas se tornam cada vez mais frequentes e cada vez mais intensas.
Além disso, há o agravante da estação. É comum a formação de ciclones na primavera, marco da transição do inverno para o verão. Mas, por mais que seja comumente confundido, o fenômeno é diferente de tornados e furacões.
- Ciclone: qualquer sistema de baixa pressão (ou depressão) onde o ar na superfície converge para o centro no sentido horário e é forçado a subir (movimento ascendente). Este movimento vertical faz com que o ar se esfrie, o que leva à condensação do vapor de água e à formação de nuvens carregadas. Por isso, sistemas de baixa pressão estão invariavelmente associados ao mau tempo --como instabilidade e ventos fortes-- e à ocorrência de chuvas e temporais.
- Furacão: quando esse sistema do ciclone se forma sobre águas quentes e atinge alta intensidade (ventos acima de 119 km/h), recebe nomes regionais: é chamado de Furacão no Atlântico (Caribe) e no Pacífico Nordeste, e de Tufão no Pacífico Noroeste (Ásia). Sendo assim, furacão e tufão são nomes, a depender da localização geográfica de formação, de ciclones.
No Brasil, apenas um furacão foi oficialmente registrado: o furacão Catarina, que ocorreu em março de 2004 no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Foi o único ciclone que se transformou em força de furacão registrado no Oceano Atlântico Sul e que atingiu o Brasil.
- Tornado: é um vórtice de vento muito menor (centenas de metros), de curta duração (minutos a horas), que se forma sobre a terra (continentes) a partir de nuvens de tempestade e é caracterizado por ventos que podem ser muito mais rápidos e destrutivos de forma altamente localizada.
Os tornados são mais frequentes e têm sua intensidade medida pela escala Fujita. Em novembro, a maior parte dos eventos chegaram na categoria F3, com intensidade de 218 e 265 km por hora e poder de devastação – como ocorreu no Paraná.
Andrea explica que é difícil prever a ocorrência de furacões e tornados, pois eles dependem de condições específicas para acontecerem. Mas que, por estarmos vivendo em uma era de extremos, não se descarta a possibilidade.
