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'Metas do setor privado devem ser para agora, e não para 2050', diz diretora de Sustentabilidade da Vivo

Ao lado de outros especialistas e autoridades ambientais, Joanes Ribas destacou na COP30 que o momento é de implementação

13 nov 2025 - 21h49
(atualizado às 21h49)
Joanes Ribas, diretora de Sustentabilidade da Vivo, participa de painel na COP30
Joanes Ribas, diretora de Sustentabilidade da Vivo, participa de painel na COP30
Foto: Lucas Landau/Especial para o Terra

A diretora de Sustentabilidade da Vivo, Joanes Ribas, fez um chamado ao setor privado durante o painel “Telecomunicações como Pilar de Resiliência: O Impacto das Redes de Comunicação na Gestão de Emergências Climáticas”, realizado nesta quinta-feira, 13, no Pavilhão Brasil, da Green Zone da COP30.

“A Vivo tem realizado muitas ações para reduzir o impacto das mudanças climáticas. Mas eu queria deixar uma mensagem que vai além do nosso setor. Estamos na semana da COP, onde todas as nações discutem suas metas e revisões. É a COP da verdade, a COP da implementação, e eu queria fazer um chamado para o setor privado reavaliar suas metas, metas para 2040, 2050. Será que é esse o prazo que o planeta está chamando? Será que não é hora de revisar, de ter uma meta mais ambiciosa?”, questionou Joanes.

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Ela reforçou que o compromisso com a agenda climática precisa ir além das próprias empresas, alcançando toda a cadeia de valor. "Quero fazer esse chamado não somente para o nosso setor, mas que as empresas também olhem para sua cadeia de valor, porque o maior desafio está ali: nas maiores emissões. Todos os setores têm isso como desafio: como impulsionar, como ter essa cadeia junto", afirmou.

"Acho que é hora da implementação, de revisão de metas e do setor privado fazer cada vez mais a diferença. É uma responsabilidade que tem que ser compartilhada e acelerada. A gente não pode ter metas olhando 2050, 2040, essas metas são para agora. A gente precisa mobilizar todos os setores.” 

O painel, liderado pela Vivo, foi um dos 12 selecionados entre 1.270 propostas apresentadas ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O debate contou ainda com a presença do cientista Carlos Nobre, copresidente do Painel Científico da Amazônia; da secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marjorie Kauffmann; do diretor-presidente da Cetesb, Thomaz Toledo; do diretor substituto do Cemaden, Pedro Ivo Camarinha; e da diretora de Finanças Sustentáveis da Telefónica, Laura Fernández Cavas. A moderação foi conduzida por Melina Amoni, gerente de Risco Climático e Adaptação da WayCarbon.

Joanes Ribas, diretora de Sustentabilidade da Vivo, participa de painel no Pavilhão Brasil da COP30
Foto: Lucas Landau/Especial para o Terra

Telecomunicações como ferramenta na resposta às emergências climáticas

Os convidados destacaram que fortalecer as telecomunicações é essencial para salvar vidas, garantir a resiliência das comunidades e aprimorar os sistemas de alerta em meio ao avanço das mudanças climáticas. A diretora da Vivo ressaltou que a conexão tem papel direto na segurança da população em eventos extremos. “Temos que preparar cada vez mais a nossa operação para agir mais rápido e para que o sistema siga conectando as pessoas”.

Carlos Nobre reforçou que o Brasil vive “a maior emergência climática da história” e defendeu a aceleração das ações de mitigação. “É essencial que todo o sistema econômico vá nesse caminho. Temos que acelerar demais as reduções”, afirmou.

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Ele também lembrou da criação do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), após a tragédia de 2011 na região serrana do Rio de Janeiro que deixou mais de 900 mortos. “Na época, vários países já tinham sistemas de alerta por celular. Tentei convencer a Defesa Civil de que, quando o Cemaden começasse a funcionar, era preciso alertar todos os brasileiros. O Cemaden já faz alertas com dias de antecedência, mas ainda há casos em que esses avisos são ignorados”, disse.

O Cemaden é uma instituição vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) responsável por monitorar, alertar e prevenir desastres naturais no Brasil, como enchentes, inundações e deslizamentos. Diretor substituto do centro de monitoramento, Pedro Ivo Camarinha reforçou a importância de integrar esforços entre os órgãos e adaptar a comunicação às diferentes realidades do país. Segundo ele, o Cemaden cruza informações em sistemas inteligentes para transformar dados complexos em alertas claros à população.

“A comunicação é pilar fundamental para que as mensagens cheguem de forma adequada, transparente e compreensível, considerando as diferentes assimetrias do Brasil”, explicou.

Joanes Ribas, diretora de Sustentabilidade da Vivo, participa do painel "Telecomunicações como Pilar de Resiliência: O Impacto das Redes de Comunicação na Gestão de Emergências Climáticas" na COP30
Foto: Lucas Landau/Especial para o Terra

Quem também defendeu o sistema de alertas foi a diretora de Finanças Sustentáveis da Telefônica, Laura Fernández Cavas, que chamou atenção para o aumento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos. “Os eventos climáticos estão sendo tão extremos que precisamos usar a ciência e os dados para antecipar e mitigar riscos”, disse. Ela defendeu que governos e empresas invistam em ferramentas tecnológicas que facilitem o funcionamento de sistemas de alerta e resposta rápida.

Sobre o papel do monitoramento ambiental na preparação para emergências, o diretor-presidente da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Thomaz Toledo, afirmou que com as mudanças climáticas, o órgão tem sido demandado cada vez mais a ser mais rápido e mais ágil. Ele explicou que a Cetesb está desenvolvendo uma plataforma baseada em imagens de satélite para acompanhar as regiões de risco e facilitar a fiscalização dessas áreas. “A Cetesb possui uma grande rede de recebimento de dados e criou um departamento voltado a isso, justamente para transformar informação em ação e apoiar a tomada de decisão durante eventos extremos”, explicou.

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Durante a mediação do painel, Melina Amoni, gerente de Risco Climático e Adaptação da WayCarbon, reforçou, assim como os demais especialistas, a importância de capacitar a população que recebe os alertas, para que compreenda a relevância dessas mensagens e saiba como agir diante delas.

Atuação da Vivo em prol da sustentabilidade 

Ainda durante o painel, Joanes Ribas destacou como a Vivo vem atuando para promover sustentabilidade em suas ações. Ela lembrou que a empresa, que pertence ao grupo Telefônica, tem mais de 83 milhões de casas cobertas por fibra óptica e atuação de milhares de colaboradores nos 18 países em que opera. “O pilar da sustentabilidade é um dos que a gente monitora e impulsiona dentro da companhia”, afirmou. Ela destacou que a Vivo assumiu protagonismo nessa jornada desde 2015, quando passou a estabelecer metas de redução de emissões, que vêm sendo antecipadas ao longo dos anos. 

“Desde 2019 compensamos 100% das emissões que não conseguimos evitar e, em 2023, a gente chegou no máximo histórico, pela ciência. O que a ciência diz é que o setor privado deve reduzir as suas emissões em até 90%, e a gente chegou nesse marco. A gente vem mantendo as reduções desde dezembro de 2023 e tem o compromisso de manter essas reduções não só com as nossas operações, mas também com a nossa cadeia de valor”, explicou.

Isso porque, segundo a diretora de Sustentabilidade, o esforço também se estende aos fornecedores. “Hoje, todos os fornecedores da Vivo estão sendo inseridos nessa jornada. Quando iniciamos o projeto, apenas 30% deles tinham algum compromisso climático. Agora, já são 87% comprometidos com o clima, e nossa meta é que até 2035 todos reduzam 90% de suas emissões”, afirmou.

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Joanes também relembrou o Encontro Futuro Vivo, promovido em São Paulo este ano, quando a empresa se tornou a primeira do setor, na América Latina, a assumir um compromisso com a Amazônia. Com o projeto Floresta Futuro Vivo, a empresa se comprometeu a proteger e regenerar uma área de 800 hectares. “É um compromisso de proteção e regeneração: serão 30 anos protegendo um dos maiores biomas que a gente tem, a floresta”, acrescentou.

*A repórter viajou a convite da Motiva, idealizadora da Coalizão pela Descarbonização dos Transportes

Fonte: Futuro Vivo
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