O ICMBio confirmou a infecção de 11 ararinhas-azuis por circovírus, levando à recaptura das aves e aplicação de multa de R$ 1,8 milhão ao criadouro responsável por não cumprir protocolos de biossegurança.
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio/MMA) confirmou, na última quarta-feira, 26, que 11 ararinhas-azuis (Cyanopsitta spixii) testaram positivo para infecção por circovírus.
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As aves, consideradas espécie em extinção, estavam em vida livre e precisaram ser recapturadas no início de novembro, após suspeitas de que estivessem doentes. Os resultados dos exames confirmaram a presença do vírus, que é letal para a espécie e não tem cura.
Os sintomas mais comuns incluem alteração na coloração das penas, falhas no empenamento e deformidades no bico. Embora não infecte humanos e aves de produção, o circovírus dos psitacídeos é comum em grupos que incluem araras, papagaios e periquitos.
Criadouro responsável deve ser multado
O primeiro registro de circovírus em uma ararinha-azul ocorreu em maio de 2025 Para evitar a disseminação da doença, o ICMBio instaurou o Sistema de Comando de Iniciativas para gerenciar a emergência por Circovírus.
No entanto, vistorias técnicas mostraram que os protocolos de biossegurança não estavam sendo seguidos pelo criadouro responsável. Entre as medidas exigidas estavam a limpeza e a desinfecção diária das instalações e dos utensílios, incluindo comedouros onde era fornecido o alimento para as aves de vida livre.
“Se as medidas de biossegurança tivessem sido atendidas com o rigor necessário e implementadas da forma correta, talvez a gente não tivesse saído de apenas um animal positivo para 11 indivíduos positivos para circovírus”, relata Cláudia Sacramento, coordenadora da Coordenação de Emergências Climáticas e Epizootias do ICMBio, que está à frente da emergência.
Após a constatação do descumprimento dos protocolos, o Criadouro Ararinha-Azul foi multado em aproximadamente R$ 1,8 milhão.