Uma planta pré-histórica comum, a cavalinha (Equisetum), está forçando os cientistas a repensarem os limites da geoquímica na Terra. Pesquisadores da Universidade do Novo México (UNM) descobriram que esta planta, que existe há mais de 400 milhões de anos, age como uma "torre de destilação" natural, produzindo água com assinaturas de isótopos de oxigênio tão extremas que se assemelham mais a meteoritos do que a qualquer coisa previamente registrada na Terra.
Publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), o estudo liderado pelo professor Zachary Sharp revela que o processo de evaporação ao longo de todo o caule oco da planta—que Sharp descreve como um "cilindro de um metro de altura com um milhão de buracos"—causa um fracionamento isotópico extremo.
Os resultados são tão radicais que os dados coletados expandem em cinco vezes a faixa conhecida de valores de isótopos de oxigênio (especificamente $\Delta'^{17}$O) para materiais terrestres. "Se eu encontrasse esta amostra, eu diria que é de um meteorito", afirmou Sharp.
Uma ferramenta para decifrar o clima dos dinossauros
Essa descoberta abre uma nova janela para o passado. As cavalinhas fósseis, que podiam atingir 30 metros de altura na era dos dinossauros, contêm minúsculas partículas de sílica chamadas fitólitos. Esses fitólitos podem preservar os sinais isotópicos por milhões de anos, funcionando como um "paleo-higrômetro" — uma ferramenta para medir a umidade em climas antigos.
No entanto, o estudo também...
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