Ararinha-azul volta a ser considerada extinta, após captura de 11 exemplares
Medida emergencial tenta conter vírus que ameaça a espécie
As últimas ararinhas-azuis que viviam em liberdade na natureza foram capturadas no último domingo (2) em Curaçá, na Bahia, por determinação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A medida, classificada como emergencial, tenta conter o avanço de um vírus contagioso que ameaça a sobrevivência da espécie. Com isso, a ararinha-azul, um símbolo nacional da fauna brasileira, volta a ser considerada extinta na natureza, pelo menos por enquanto.
Entra em extinção as últimas ararinhas-azuis que viviam livres na natureza
As onze ararinhas capturadas eram as únicas representantes da espécie vivendo livremente aqui no país. Nove delas haviam sido reintroduzidas na Caatinga em 2022, após décadas de extinção, e duas nasceram em liberdade, um marco histórico para a conservação ambiental brasileira. A decisão de recapturá-las surgiu depois de um caso de circovírus identificado em um filhote em abril. O vírus é um patógeno grave, letal para psitacídeos (grupo que inclui araras e papagaios) e não possui cura.
Para evitar a disseminação da doença, o ICMBio determinou a suspensão dos comedouros ao ar livre e montou uma estratégia para atrair as aves a um espaço fechado com alimento. Assim que todas entraram, o espaço foi lacrado, o que permitiu a captura com o mínimo de estresse possível nas aves. Agora, as ararinhas passam por testes e exames periódicos a cada 30 dias. Só poderão voltar à natureza se todos os resultados forem negativos para o circovírus.