Após 5 dias de viagem, elefanta Pupy demora 9 horas para sair da caixa de transporte em santuário

Santuário respeitou o tempo de adaptação do animal; Pupy recebeu primeiro tratamento neste sábado, 19

19 abr 2025 - 22h21
Após 5 dias de viagem, elefanta Pupy demora 9 horas para sair da caixa de transporte em santuário
Após 5 dias de viagem, elefanta Pupy demora 9 horas para sair da caixa de transporte em santuário
Foto: Reprodução/SEB

A elefanta Pupy, de origem africana, levou nove horas para se sentir segura o suficiente para sair da caixa de transporte no Santuário de Elefantes Brasil (SEB), localizado na Chapada dos Guimarães (MT). Ela chegou ao local na sexta-feira, 18, após uma viagem de 2.700 km.

Assim que saiu do compartimento, Pupy rolou na terra -- um comportamento natural da espécie para se proteger do sol e de parasitas. Com 36 anos, ela vivia no Ecoparque de Buenos Aires (Argentina) desde 1993 antes de ser transferida para o Brasil.

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"Pupy agora tem acesso aos recintos fora do galpão. Há três maneiras diferentes de sair quando ela quiser. Há saídas pelas duas áreas de tratamento e uma no final de uma das baias. No momento, ela decidiu ficar onde está. Ela caminha até a borda do galpão e para sem pisar na grama. Isso faz parte da beleza do santuário. Assim como quando ela levou o tempo necessário ontem à noite para sair da caixa, ela tem o direito de decidir quando entrará no recinto", informou o Santurário em publicação nas redes sociais.

Adaptação no santuário

Em publicação nas redes sociais, o SEB explicou: "Pupy agora tem acesso aos recintos fora do galpão. Há três maneiras diferentes de sair quando ela quiser. Há saídas pelas duas áreas de tratamento e uma no final de uma das baias. No momento, ela decidiu ficar onde está. Ela caminha até a borda do galpão e para sem pisar na grama. Isso faz parte da beleza do santuário. Assim como quando ela levou o tempo necessário ontem à noite para sair da caixa, ela tem o direito de decidir quando entrará no recinto."

A equipe destacou ainda que "está orgulhosa de como ela está sendo corajosa, saindo da sua zona de conforto e progredindo a cada hora".

Primeiros cuidados

Neste sábado, 19, Pupy recebeu seu primeiro tratamento no santuário. Ela possui uma ferida crônica no rosto, causada por ficar deitada em superfícies duras por muito tempo. Agora, com acesso a terrenos naturais, a expectativa é que a lesão melhore progressivamente.

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"Também a mudamos um pouco de lugar no galpão para que pudesse ser limpo. Agora, o espaço dela está brilhando de limpo. Ela parece relaxada e tem um comportamento dócil. Seus tratadores estão lá para ela, mas também estão dando espaço para ela explorar o novo espaço", acrescentou o Santuário. 

A história de Pupy

O local onde Pupy viveu funcionava como um zoológico e foi recentemente desativado. “Coletivamente, as pessoas estão percebendo que a vida oferecida à maioria dos elefantes em cativeiro é pequena demais, antinatural e estéril. Eles nunca deveriam ter sido retirados de suas vidas na natureza”, destacou o SEB nas redes sociais.

Segundo o biólogo e diretor do SEB, Daniel Moura, que fez parte da equipe que atuou na transferência da elefanta, Pupy fez uma boa viagem. “Ela está muito bem, tranquila, se alimentando bem, tomando água nas paradas. Vai ser a melhor, única e última viagem que ela vai fazer na vida dela”, disse ele no perfil da entidade. 

Ainda conforme explicou Daniel Moura, a operação do deslocamento da elefanta contou com duas caminhonetes, uma van e duas viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A caixa de transporte que a trouxe pesa mais de 5 toneladas e com o peso de Pupy chegou a pesar quase 9 toneladas.

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Durante a maior parte de sua vida, Pupy viveu no centro de uma cidade movimentada, que era conhecido como o Templo Hindu dos Elefantes no Ecoparque de Buenos Aires. Segundo o SEB, o local ficava longe dos vastos espaços selvagens que os elefantes precisam para prosperar.

Pupy foi transportada do Parque Nacional Kruger para o que era então um zoológico em Buenos Aires em 1993, onde viveu ao lado de sua companheira, Kuky, por mais de 30 anos.

Kuky faleceu inesperadamente em outubro passado, e agora Pupy fez a viagem para seu lar definitivo sozinha. O zoológico, que se tornou um ecoparque, também foi o lar de Mara, que fez sua jornada para o Santuário de Elefantes Brasil em 2020. 

Pupy é a primeira elefanta africana no santuário, mas não ficará sozinha no habitat das fêmeas africanas por muito tempo. Kenya, outra elefanta africana solitária, em breve se juntará a ela, segundo o Santuário de Elefantes Brasil.

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Fonte: Redação Terra
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