Já imaginou estar navegando em alto-mar e se deparar com uma onda de 20 metros de altura, o equivalente a um prédio de seis andares ou ao Arco do Triunfo, um dos monumentos mais famosos de Paris? Foi exatamente isso que satélites da Agência Espacial Europeia registraram durante a tempestade Eddie, no final de 2024. Pela primeira vez, cientistas conseguiram medir ondas gigantes por satélites e acompanhar o percurso dessas ondulações oceânicas por mais de 24 mil quilômetros, do Pacífico Norte até o Atlântico tropical. As descobertas, publicadas na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), ajudam a compreender como as tempestades se formam, se propagam e influenciam regiões costeiras, mesmo a quilômetros de distância do local da tempestade.
Pesquisadores analisam dados de satélites para entender a formação das ondas do oceano
Você provavelmente deve estar se perguntando como os cientistas conseguiram medir essas ondas imensas no meio do oceano. A análise das ondas gigantes no oceano reuniu dados do satélite SWOT (Surface Water and Ocean Topography), uma missão conjunta entre a NASA e o CNES, uma agência espacial francesa. Lançado em dezembro de 2022, o SWOT foi projetado para mapear a elevação das águas em oceanos, lagos e rios. Ele combina medições de altimetria por radar com imagens de larga escala, capazes de detectar desde pequenas ondulações de apenas 3 centímetros até ondas de mais de um 1.000 metros de comprimento.
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