TSE rejeita recurso do PL e mantém multa por crítica a urnas; caso pode levar à extinção do partido

Multa aplicada foi de R$ 22,9 milhões após pedido por anulação de parte das urnas eletrônicas usadas no segundo turno das eleições

15 dez 2022 - 11h44
(atualizado às 12h38)
Alexandre de Moraes quer que sejam apuradas as circunstâncias dos atos de violência em Brasília.
Alexandre de Moraes quer que sejam apuradas as circunstâncias dos atos de violência em Brasília.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou, nesta quinta-feira, 15, um recurso do PL que contestava a aplicação de uma multa de R$ 22,9 milhões após advogados do partido do presidente Jair Bolsonaro terem apresentado uma representação em que cobrava a anulação de parte das urnas eletrônicas usadas no segundo turno das eleições.

Durante o julgamento, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, chegou a dizer que o caso poderia levar à extinção do partido. Para ele, a ampla liberdade de atuação dos partidos "obviamente não existe para atentar contra o Estado Democrático de Direito".

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"É importante lembrar para quem nos ouve que o partido será investigado pelo corregedor de ofício e no inquérito do qual eu sou relator porque não é possível que partidos políticos financiados basicamente com recursos públicos atentem contra a democracia. Isso é um desvio de finalidade que inclusive pode acabar com a extinção do próprio partido", afirmou ele.

O plenário do TSE manteve a decisão de Moraes que já havia rejeitado liminarmente o recurso do PL. A corte entendeu que não houve quaisquer indícios e circunstâncias que justificassem a instauração de uma verificação extraordinária em urnas eletrônicas utilizadas no segundo turno.

Os ministros também mantiveram o bloqueio dos recursos do fundo partidário do PL para garantir o pagamento da multa imposta, a partir do depósito do valor em uma conta judicial.

No julgamento, Moraes afirmou ainda que a má-fé foi tão caracterizada pela legenda porque ela entrou com a representação pela coligação usando uma procuração antiga dada por Republicanos e PP, partidos que posteriormente informaram que não haviam autorizado que o PL agisse em nome deles no caso.

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Durante toda a campanha eleitoral e mesmo antes disso, Bolsonaro fez ataques às urnas eletrônicas, sempre procurando colocar em dúvida a confiabilidade do sistema eletrônico de votação, mas sem apresentar provas de problemas.

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