O Pensamento de Frederico Rochaferreira - O filósofo da Razão

As ações marginais, corruptas e covardes disseminadas na sociedade brasileira, em grande medida, são próprias da natureza de sua gente.

27 jun 2016 - 09h25

Frederico Rochaferreira nasceu em Teresópolis, Rio de Janeiro, em 5 de agosto/1955, filho do português Luiz das Neves Ferreira e da brasileira Nair de Sousa Rocha. Seu nome é uma homenagem ao avô paterno, Frederico Ferreira de Jesus, Alferes de Infantaria e veterano da Primeira Guerra Mundial. Ainda muito jovem teve contato com as obras de E. von Däniken e os clássicos gregos, que viriam a influenciar suas investigações históricas e filosóficas. Entre seus textos, se destacam reflexões e pensamentos filosóficos, reflexões sociais e exames críticos, que; segundo as palavras do próprio autor, "não estão comprometidos com nenhuma corrente filosófica, método ou ideologia; a não ser com as duas ordens de razão a que submete seus escritos."

Foto: DINO

Para Frederico Rochaferreira a busca pelo conhecimento não deve se limitar somente às experiências práticas, como pretendia John Locke, deve ir além e avançar às experiências metafísicas. Desse modo, toda e qualquer busca, pelo conhecimento passa não só pela observação do mundo, mas também pela observação da mente.

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Contrariando Locke, que dizia que as experiências que uma pessoa passa pela vida é que formarão seus conhecimentos e personalidade, Frederico afirma que uma pessoa ao nascer não é uma tábula rasa, ao contrário, traz consigo, impregnada em sua natureza um vasto arquivo de memória, que acessa mais amplamente ou menos amplamente, de acordo com o meio em que vive, sendo o meio, o propiciador dos estímulos provocadores de todas as reações, a que chamamos ação.

Nesse sentido, estão as ações virtuosas ou condenáveis em curso nas sociedades e na sociedade brasileira em particular, as ações ilícitas que se tornaram corriqueiras e comportamentais. Para o pensador, esse padrão é importante para entender que, o homem forja o seu caráter não só pela aquisição de valores, mas também pela herança genética fixada em sua natureza. Ao detectarmos um padrão de ações ilícitas, como as praticadas, por exemplo; pelos guardadores de automóveis, por policiais, por feirantes, por juízes, médicos, procuradores, empresários ou por políticos, entre outros, tais condutas são originárias do meio em que vivem e por meio em que vivem; devemos considerar também seus ancestrais, ponto chave da Teoria das Representações.

Por outro lado, por mais que o meio seja fértil, o ser que nele vive e se educa; se não for originário do meio, nunca alçará intelectualmente ou moralmente a capacidade do seu semelhante autóctone, porque é mais forte o instinto natural das representações, herança de seus ancestrais, que o saber e os valores adquiridos. Frederico cita o exemplo do professor de Harvard, Mangabeira Unguer, que tendo construído sua vida intelectual na América, não resistiu aos instintos naturais, expondo a público, um caráter antiético e de duvidosa moral, quando, depois de criticar severamente o Governo do Presidente Lula, dizendo que "era o Governo mais corrupto de todos os tempos; uma Camarilha que tomou de assalto o país", aceitou de pronto ser ministro desse Governo, assim que foi convidado. Assim, a luta entre o caráter natural e o caráter adquirido será sempre desigual, do mesmo modo que, um idêntico conhecimento adquirido nunca será o mesmo a duas naturezas distintas.

Segundo Frederico Rochaferreira, o homem é herdeiro das representações, que ora se manifesta pelo talento, ora pelas tendências já nos primeiros anos de vida, independente do saber e dos valores adquiridos. Nesse caso é factível que uma criança surpreenda a todos pela incompreensível habilidade no jogo de xadrez, como Magnus Carlsen, ou deixe perplexos estudiosos da física e da matemática, como Jacob Barnett ou desponte como gênio na arte da música, como Mozart. Cada sociedade e cada qual por seu histórico, gera, em seus cidadãos a genialidade possível e o comportamento possível; as mais evoluídas, geram maior número de representações geniais nas diferentes áreas do conhecimento, aquelas menos evoluídas, geram o que acumulam ao longo de sua história, é nesse sentido que diz; "que o meio faz o homem e o homem faz o meio, sempre o mesmo, em seu desenvolvimento ou em sua limitação". Assim, o meio gera e acolhe os seus e estes, nele desenvolvem ou não as representações que trazem em sua natureza, porém, mesmo o melhor dos meios sociais onde é possível fazer vingar todas as genialidades, parece não ser suficiente para extinguir uma representação de conduta, seja ela; boa ou má, falsa ou verdadeira; senão inibi-la parcialmente pela educação, mas esta sempre permanecerá no indivíduo, em conformidade com o ambiente social absorvido por seus antepassados, não sendo possível a sociedade contemporânea por força da cultura, mudá-la definitivamente, isto quer dizer que é possível dotar uma criança de valores éticos e morais, para que os apliquem em sua vida pessoal, em sua sociedade e nas demais onde estiver, mas não é possível à educação e ao ensino por melhor qualidade que tenha; apagar da natureza do homem um padrão comportamental que tende a vagar a margem da ética e da moral, da prática e da intenção.

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