O naufrágio de uma embarcação que transportava migrantes resultou na morte de dezessete pessoas, todas do sexo masculino, neste sábado (6), em águas internacionais próximas à ilha de Creta, na Grécia. A informação foi confirmada por uma porta-voz da Guarda Costeira grega à agência de notícias AFP.
Dois indivíduos que sobreviveram ao incidente foram resgatados e encaminhados a uma unidade hospitalar. O estado de saúde de ambos é considerado crítico, conforme detalhado pela mesma porta-voz. As circunstâncias do naufrágio e os fatores que levaram à tragédia ainda são objeto de investigação pelas autoridades competentes.
Os dois sobreviventes relataram às autoridades que a embarcação perdeu a estabilidade em razão das condições climáticas adversas registradas na região. Eles informaram, ainda, a ausência de recursos a bordo para proteção contra os elementos, bem como para hidratação ou alimentação, conforme divulgado pela fonte oficial.
De acordo com informações da emissora pública grega ERT, os dezessete corpos foram encontrados no interior da embarcação, que se encontrava parcialmente submersa e com sua estrutura desinflada. Profissionais da medicina legal estão examinando os corpos para determinar as causas dos óbitos. A ERT indica que hipotermia ou desidratação são hipóteses consideradas no processo de autópsia.
O local exato da ocorrência foi a 26 milhas náuticas a sudoeste de Creta, uma localização significativa nas rotas migratórias do Mediterrâneo. O alerta inicial sobre o incidente foi emitido após um cargueiro com bandeira turca avistar a embarcação naufragada no final da tarde, comunicando imediatamente às autoridades da Grécia, segundo a agência de notícias grega Ana.
Uma operação de busca e resgate de grande escala foi desencadeada pela Guarda Costeira grega. No esforço de busca e salvamento, a Guarda Costeira mobilizou dois de seus próprios navios, com apoio de uma embarcação pertencente à agência europeia Frontex. Adicionalmente, três outras embarcações que navegavam na área, um helicóptero Super Puma e um avião da Frontex foram deslocados para a zona do acidente marítimo.
Este evento ocorre em um contexto de aumento do fluxo de pessoas que buscam asilo na União Europeia através desta rota marítima. Dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) indicam que, desde o início do ano, mais de 16.770 indivíduos chegaram à ilha de Creta com a intenção de pedir asilo. Este número representa um volume de chegadas superior ao registrado em outras ilhas gregas localizadas no Mar Egeu. A repetição de naufrágios e perdas de vida sublinha a crise humanitária em curso e a urgência de debater a segurança marítima na região. As autoridades seguem com as investigações para esclarecer integralmente o ocorrido.