Venezuela liberta 99 pessoas detidas em protestos eleitorais de 2024

26 dez 2025 - 13h27

A Venezuela libertou 99 pessoas presas após os protestos eleitorais do ano passado, informou a autoridade penitenciária do país na quinta-feira, mas grupos de direitos humanos disseram acreditar que o ‌número é menor, apesar da crescente pressão de Washington sobre o presidente Nicolás Maduro.

Os Estados ‌Unidos acumularam uma enorme presença militar no Caribe, mataram dezenas de pessoas em ataques a embarcações perto da costa da Venezuela -- que, segundo alegam, transportavam drogas -- e apreenderam dois navios venezuelanos carregados de petróleo bruto. O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ‍que seria inteligente para Maduro deixar o poder.

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Centenas de pessoas em Caracas, capital da Venezuela, e em outras partes do país sul-americano foram às ruas após a eleição presidencial de julho de 2024, batendo panelas e bloqueando estradas, exigindo ‌que a oposição fosse declarada vencedora.

Pelo menos 2.000 pessoas foram ‌presas em decorrência da violência pós-eleitoral, segundo o governo, cujo procurador-geral anunciou, momentos depois, a libertação de vários grupos de detidos, incluindo dezenas de menores de 18 anos.

A autoridade eleitoral da Venezuela e o Supremo Tribunal Federal declararam que Maduro venceu as eleições e que os protestos visavam minar sua vitória para um terceiro mandato de seis anos.

No final do dia de Natal, o Ministério dos Serviços Penitenciários afirmou nas redes sociais que as autoridades "decidiram avaliar cada caso individualmente e conceder medidas cautelares de acordo com a lei, o que levou à libertação de 99 cidadãos".

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O comunicado afirmava que o grupo havia sido detido "por sua participação em atos de violência e incitação ao ódio após o dia da eleição de 2024".

O Comitê para a Liberdade dos Ativistas Sociais, uma ONG local, afirmou no X que esse "número não corresponde à realidade".

O Fórum Penal, outra ONG, afirmou que só conseguiu confirmar a ‌libertação de 45 pessoas -- 27 homens, 15 mulheres e três adolescentes -- que haviam sido "detidas arbitrariamente por motivos políticos".

"Continuamos a verificar outros casos possíveis", afirmou.

O governo de Maduro afirma não ter presos políticos, mas sim "políticos presos" que buscam desestabilizar o país.

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