WASHINGTON - O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quinta-feira, 23, que deve fazer ações militares terrestres contra cartéis. Ele não citou diretamente a Venezuela.
Em uma conversa com jornalistas, Trump afirmou que não precisará pedir ao Congresso por uma declaração de guerra aos cartéis. O presidente disse que os Estados Unidos simplesmente irão matar os responsáveis por levar drogas ao país.
O alerta foi feito um dia após o bombardeio de um segundo barco no Oceano Pacífico, o nono ataque do tipo ocorrido na América do Sul. Segundo o Departamento de Guerra, a embarcação transportava drogas. Três pessoas morreram.
Os ataques foram uma mudança em relação aos sete ataques anteriores dos EUA, que tiveram como alvo embarcações no Mar do Caribe. Eles elevam o número de mortos para pelo menos 37, desde os ataques iniciados no mês passado.
Ao mobilizar navios de guerra no Mar do Caribe e promover bombardeios a navios próximos à costa venezuelana, surgiram especulações se as intenções americanas eram de promover uma incursão na Venezuela para uma mudança de regime. Na semana passada, Trump autorizou a CIA a realizar operações no país, onde acusa o ditador Nicolás Maduro de liderar grupos criminosos.
Trump justificou os ataques dos últimos dias afirmando que os Estados Unidos estão envolvidos em um "conflito armado" com cartéis de drogas e proclamando as organizações criminosas combatentes ilegais, confiando na mesma autoridade legal usada pelo governo do presidente George W. Bush para a guerra contra o terrorismo.
Questionado sobre o último ataque a embarcação, Trump insistiu que "temos autoridade legal. Temos permissão para fazer isso". Ele disse que ataques semelhantes poderiam eventualmente ocorrer em terra.
"Vamos atacá-los com muita força quando chegarem por terra", disse Trump a repórteres no Salão Oval. "Estamos totalmente preparados para isso. E provavelmente voltaremos ao Congresso e explicaremos exatamente o que faremos quando chegarmos por terra."
Legisladores de ambos os partidos políticos expressaram preocupações sobre Trump ordenar as ações militares sem receber autorização do Congresso ou fornecer muitos detalhes.
Ao lado de Trump, o Secretário de Estado Marco Rubio defendeu tais ataques, dizendo: "Se as pessoas querem parar de ver barcos de drogas explodindo, parem de enviar drogas para os Estados Unidos"./Com AP