Charles III ganha trono permanente em basílica papal em Roma

Igrejas Anglicana e Católica deram mais um sinal de aproximação

23 out 2025 - 11h30
(atualizado às 12h12)

O rei Charles III, chefe da Igreja Anglicana, ganhou um trono permanente e o título de "confrade real" durante uma missa ecumênica realizada nesta quinta-feira (23) em uma das basílicas papais de Roma.

Charles III sentado em trono na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma
Charles III sentado em trono na Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O evento deu sequência à histórica visita do soberano britânico ao papa Leão XIV, quando os líderes das igrejas Anglicana e Católica rezaram juntos pela primeira vez desde o cisma de 1534.

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Charles III foi à Basílica de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, acompanhado da rainha consorte Camilla, e inaugurou um trono especial que permanecerá no templo católico mesmo depois da missa ecumênica.

Feita em madeira pelo artesão Marco Picalarga, a cadeira leva o brasão do monarca, junto com o lema em latim "Ut unum sint", ou, em português, "Para que sejam um", citação do capítulo 17 do Evangelho de São João e que está em linha com o desejo do Vaticano de acelerar a aproximação entre as confissões cristãs.

O lema também é semelhante ao escolhido por Leão XIV para seu pontificado, "In Illo uno unum", ou "No único Cristo, somos um".

A missa foi presidida pelo arcipreste da basílica, cardeal James Harvey, e pelo abade Donato Ogliari, que fizeram um apelo para que os líderes religiosos sejam guias para a liberdade, a justiça e a verdade, além de pedir que seja ouvido o "grito da Terra".

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Acompanhados do arcebispo de York, Stephen Cottrell, segundo prelado mais importante do anglicanismo, Charles e Camilla também visitaram o túmulo de São Paulo.

A basílica papal é um lugar simbólico para a aproximação entre católicos e anglicanos, já que foi ali que, em 1966, o papa Paulo VIV e o então arcebispo da Cantuária, Michael Ramsey, anunciaram a intenção de abrir o primeiro diálogo teológico entre as duas religiões.

Antes do cisma de 1534, a Coroa da Inglaterra também mantinha laços próximos com a basílica, e os reis eram considerados os "protetores" de um dos principais templos do catolicismo.

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