Reino Unido lança nova arma para combater drones

RF DEW é uma arma baseada em energia dirigida que foi lançada recentemente pelo Reino Unido. Essa tecnologia utiliza ondas de radiofrequência com o objetivo de inutilizar ou danificar componentes eletrônicos dos drones, incapacitando-os à distância.

23 out 2025 - 15h00

Os avanços tecnológicos dos últimos anos trouxeram transformações profundas para o cenário dos conflitos armados. Se antes o enfrentamento era marcado quase exclusivamente por tropas em campo, tanques e aeronaves, atualmente boa parte da disputa também envolve equipamentos comandados à distância e operações digitais. Assim, a utilização de drones militares tem se tornado peça central nas estratégias de guerra. Isso vem ocorrendo amplamente durante a Guerra na Ucrânia. Afinai, essas aeronaves não tripuladas oferecem uma combinação de baixo custo, alta eficiência e difícil detecção pelas defesas tradicionais.

Nesse contexto, os drones têm desempenhado papéis diversos no conflito entre Rússia e Ucrânia. Além das operações de reconhecimento, eles servem para atacar alvos específicos, gerando danos significativos com métodos que variam conforme o modelo e a missão. Chamados de "kamikaze" devido à sua capacidade de se lançarem contra estruturas ou veículos inimigos, muitos desses aparelhos utilizam explosivos de pequeno porte, ampliando o impacto e a letalidade desse tipo de armamento. O crescimento no número de drones empregados nessas batalhas sinaliza que essa tecnologia está definitivamente em ascensão nos campos de guerra atuais.

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os drones têm desempenhado papéis diversos no conflito entre Rússia e Ucrânia – depositphotos.com / diy13@ya.ru
os drones têm desempenhado papéis diversos no conflito entre Rússia e Ucrânia – depositphotos.com / diy13@ya.ru
Foto: Giro 10

Como os drones mudaram a dinâmica dos conflitos armados?

A introdução de veículos aéreos não tripulados revolucionou os métodos de combate. Antes, movimentações de grandes tropas eram facilmente detectadas por satélites e radares. Assim, as batalhas dependiam amplamente do poder de fogo de infantaria, blindados e aviação tripulada. Agora, com milhares de drones circulando nas linhas de frente, é possível mapear inimigos, acompanhar deslocamentos e atacar pontos-chave sem colocar soldados em risco imediato. Muitos desses drones transmitem imagens em tempo real para operadores localizados a centenas de quilômetros do campo de batalha. Essa situação oferece às forças armadas uma vantagem tática e operacional sem precedentes.

Além da flexibilidade e custo reduzido, outra característica marcante desses equipamentos é a diversidade. Entre os drones encontrados atualmente nos conflitos estão desde pequenos modelos adaptados do mercado civil, capazes de carregar pequenas cargas explosivas, até versões altamente sofisticadas, desenvolvidas exclusivamente para o uso militar. O uso generalizado desses equipamentos está obrigando os exércitos a repensar conceitos tradicionais de defesa e ataque, mostrando que a superioridade nos céus já não depende apenas de caças tripulados ou helicópteros de combate.

Quais tecnologias estão surgindo para combater drones na guerra?

Diante do crescimento do uso de drones em zonas de guerra, as nações investem em soluções para neutralizar essas ameaças. Uma dessas inovações é o RF DEW, uma arma baseada em energia dirigida, lançada recentemente pelo Reino Unido. Essa tecnologia utiliza ondas de radiofrequência com o objetivo de inutilizar ou danificar componentes eletrônicos dos drones, incapacitando-os à distância. Diferente de mísseis ou projéteis, o canhão de energia direcionada pode interferir simultaneamente em múltiplos alvos, elevando o patamar de proteção eletrônica nos campos de batalha modernos.

Considerando a proliferação e adaptação rápida dos drones, novas formas de defesa estão em constante desenvolvimento. Entre as principais alternativas estudadas por diferentes países encontram-se:

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  • Sistemas de guerra eletrônica capazes de bloquear sinais de navegação ou comunicação dos drones;
  • Lançadores de redes para capturar ou derrubar aparelhos não tripulados;
  • Equipamentos de detecção e rastreamento baseados em inteligência artificial;
  • Municiadores automáticos voltados para alvos aéreos de pequeno porte.
O termo “drone kamikaze” tornou-se conhecido ao descrever aparelhos que se destinam a missões suicidas, carregando explosivos diretamente até o alvo – depositphotos.com / diy13@ya.ru
Foto: Giro 10

O papel dos drones kamikaze na Guerra da Ucrânia

O termo "drone kamikaze" tornou-se conhecido ao descrever aparelhos que se destinam a missões suicidas, carregando explosivos diretamente até o alvo. Durante o conflito na Ucrânia, o emprego em massa desses dispositivos evidenciou um novo conceito de ataque de precisão, geralmente realizado por modelos compactos e de fácil operação. Uma característica marcante é sua capacidade de manobra e de conduzir o explosivo a brechas das defesas, provocando danos a veículos blindados, instalações estratégicas e até grupos de soldados.

Esses aparelhos, equipados com câmeras, proporcionam aos controladores uma visão privilegiada do campo inimigo, aumentando a possibilidade de acerto e possibilitando correções instantâneas durante o percurso. São também exemplos de como tecnologias civis, inicialmente desenvolvidas para fotografia aérea ou entregas, acabam sendo adaptadas para fins bélicos, transformando até equipamentos simples em ativos importantes durante o combate.

Como pode evoluir o uso da tecnologia nas guerras do futuro?

O desenvolvimento acelerado de soluções digitais e eletrônicas indica que a participação de dispositivos automatizados tende a crescer ainda mais nos próximos conflitos globais. Modelos autônomos de reconhecimento, armamentos de energia dirigida como o RF DEW e sistemas integrados de inteligência artificial prometem redesenhar as paisagens das futuras batalhas. Enquanto soldados e tanques continuam presentes, a integração de ferramentas digitais aumenta a complexidade das estratégias de defesa e ataque.

Assim, a compreensão das mudanças introduzidas pelos drones e suas contramedidas se torna fundamental para antecipar novos desafios e criar estratégias eficazes de proteção. A experiência recente da Ucrânia, ilustrando a importância desses equipamentos e das tecnologias emergentes, serve como alerta para exércitos do mundo todo sobre a necessidade de atualização constante frente às transformações do cenário bélico.

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