Ministro turco diz que governança de Gaza deve preceder desarmamento do Hamas no acordo de cessar-fogo

6 dez 2025 - 14h41

O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse à Reuters neste sábado que não levar o plano de cessar-fogo de Gaza apoiado pelos Estados Unidos para o próximo estágio seria um "grande fracasso" para o mundo e para Washington, observando que o presidente Donald Trump havia liderado pessoalmente a iniciativa.

Em uma entrevista nos bastidores do Fórum de Doha, Fidan disse que uma administração civil palestina com credibilidade e uma força policial treinada e avaliada precisavam estar em vigor para permitir que o Hamas se desarmasse, e que o grupo estava preparado para entregar o controle do enclave.

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"Em primeiro lugar, precisamos ver que o comitê palestino de pessoas técnicas está assumindo a administração de Gaza, depois precisamos ver que a força policial está sendo formada para policiar Gaza - novamente, pelos palestinos, não pelo Hamas."

A Turquia, membro da Otan, tem sido um dos críticos mais veementes do ataque de Israel a Gaza. Ela desempenhou um papel fundamental na intermediação do acordo de cessar-fogo, assinando o acordo como garantidora. Expressou repetidamente sua disposição de participar dos esforços para monitorar a implementação do acordo, uma medida à qual Israel se opõe veementemente.

As conversas para avançar a próxima fase do plano do presidente Trump para encerrar o conflito de dois anos em Gaza continuam.

O plano prevê uma administração palestina tecnocrática interina no enclave, supervisionada por um "conselho de paz" internacional e apoiada por uma força de segurança multinacional. As negociações sobre a composição e o mandato dessa força têm se mostrado particularmente difíceis.

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Fidan disse que a força policial de Gaza seria apoiada pela força internacional de estabilização. Ele acrescentou que Washington estava pressionando Israel sobre a proposta da Turquia de se juntar à força, para a qual o país expressou sua disposição de enviar tropas, se necessário.

(Redação de Tuvan Gumrukcu e Ece Toksabay)

((Tradução Redação Rio de Janeiro)) REUTERS MN

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